Ícone do site O Bastião

Moraes impõe tornozeleira eletrônica a Marcos do Val por descumprimento de 0rdens do STF

Tornozeleira eletrônica a Marcos do Val imposta por Moraes após desobediência ao STF

Ministro Alexandre de Moraes determina tornozeleira eletrônica em Marcos do Val por viagem aos EUA com passaporte diplomático, violando decisão do STF

Tornozeleira eletrônica a Marcos do Val: Moraes impõe medida após senador viajar aos EUA com passaporte diplomático, desobedecendo ordens do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou novas medidas cautelares contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão foi tomada após o parlamentar viajar aos Estados Unidos utilizando seu passaporte diplomático, mesmo após o STF ter proibido sua saída do país e determinado a entrega dos documentos. Moraes afirmou que o senador demonstrou “completo desprezo” pelas decisões da Corte.

Marcos do Val é investigado por suposta campanha de ataques institucionais ao STF e à Polícia Federal. A viagem aos Estados Unidos, realizada sem autorização judicial, foi interpretada como violação deliberada das medidas cautelares impostas anteriormente. Moraes avaliou que as restrições anteriores se mostraram insuficientes para conter o risco de novas infrações, justificando o endurecimento das medidas.

Além da tornozeleira, o senador está sujeito a recolhimento domiciliar noturno durante a semana e integralmente aos fins de semana e feriados. Está também proibido de usar redes sociais, de movimentar contas bancárias ou utilizar cartões e chaves Pix. A devolução e o cancelamento de seu passaporte diplomático também foram determinados pelo ministro. Segundo Moraes, a gravidade das infrações exige respostas firmes para preservar o respeito às decisões judiciais.

A assessoria do senador reagiu alegando que ele “não é réu nem foi condenado” e que as medidas afetam o exercício de seu mandato. A defesa promete recorrer e buscar a garantia dos direitos constitucionais de Do Val. Em nota, o senador reafirmou sua confiança no devido processo legal e afirmou continuar comprometido com a transparência e com o povo capixaba. O caso é mais um capítulo na atual tensão entre o Judiciário e setores bolsonaristas do Congresso.


Questão do mandato: o Senado pode intervir?

Embora o Judiciário tenha autonomia para impor medidas cautelares a parlamentares, há um ponto de tensão constitucional quando essas medidas afetam diretamente o exercício do mandato. O artigo 53 da Constituição garante imunidade parlamentar e prevê que prisões e outras restrições à atividade política só podem ser aplicadas em casos excepcionais.

A defesa de Do Val afirma que as medidas — como o recolhimento domiciliar e a proibição de redes sociais e transações financeiras — comprometem seu trabalho legislativo e seu direito de representar os eleitores. O Senado, inclusive, pode ser chamado a se manifestar, como já ocorreu em outros casos de parlamentares atingidos por decisões do STF, como Delcídio do Amaral (2015) e Aécio Neves (2017).

No entanto, até agora, Rodrigo Pacheco não se posicionou sobre o caso. Nos bastidores, a tendência é evitar atrito com o Supremo, embora parte da bancada bolsonarista pressione por uma reação mais firme em defesa do mandato de Do Val.


Visão oposta: defesa fala em abuso e promete recorrer

A assessoria de Marcos do Val sustenta que ele não é réu, nem foi condenado, e que as medidas impostas representam uma antecipação de pena. Também questionam a necessidade de uma tornozeleira, alegando que a viagem aos EUA foi “comunicada de boa-fé”, ainda que não autorizada.

Juristas ligados ao garantismo jurídico argumentam que a imposição de tornozeleira e recolhimento integral nos fins de semana a um senador em pleno mandato é medida extrema e com potencial de afrontar o princípio da presunção de inocência.

Por outro lado, constitucionalistas defensores das ações do STF dizem que autoridades públicas têm o dever agravado de obedecer à Justiça e que, se parlamentares passam a desafiar decisões judiciais deliberadamente, o Judiciário precisa agir para não perder legitimidade.

Fonte: Agência Senado | STF – Decisões de Moraes


Leia Também – Crise na COP30: países pressionam Brasil por preços abusivos em Belém

Sair da versão mobile