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MPGO investiga rachadinha na Vigilância Sanitária de Caldas Novas

|ㅤ8 de agosto de 2025
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MPGO apura suposta rachadinha na Vigilância Sanitária de Caldas Novas com horas-extras falsas e dois servidores afastados.
Investigação de “rachadinha na Vigilância Sanitária de Caldas Novas

Operação do MPGO apura esquema de rachadinha na Vigilância Sanitária de Caldas Novas envolvendo horas-extras fictícias e pagamento ilícito a servidores.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta sexta-feira (8) a Operação Vigilância Contaminada, que investiga suspeitas de “rachadinha” na Vigilância Sanitária de Caldas Novas. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, incluindo na sede do Núcleo de Vigilância Sanitária (Visam). A apuração começou em abril e é conduzida pela 5ª Promotoria de Justiça do município.

Segundo o MPGO, a investigação envolve suposta prática de peculato, com registro de horas-extras fictícias e descumprimento da jornada de trabalho. Em troca, haveria pagamento a servidores responsáveis pelo controle de ponto e pela autorização dessas horas. Durante a operação, dois servidores públicos foram afastados preventivamente de suas funções.

Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e R$ 6.362 em espécie. O promotor de Justiça Wessel Teles de Oliveira explicou que o objetivo é reunir provas sobre a apropriação indevida dos valores correspondentes às horas-extras fictícias. A ação contou com sete promotores, servidores do MPGO e apoio da Polícia Militar.

As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Caldas Novas. O MPGO informou que as investigações continuam para identificar todos os envolvidos e calcular o prejuízo aos cofres públicos.

A Prefeitura de Caldas Novas afirmou não ser parte investigada e disse colaborar integralmente com as autoridades. Informou que afastou os servidores suspeitos, instaurou sindicância e seguirá com procedimento administrativo disciplinar. O município destacou seu programa de compliance e o compromisso com a transparência e a ética na gestão pública.


Perguntas frequentes:

1. O que é “rachadinha” no serviço público?

“rachadinha” é um esquema de desvio de recursos públicos no qual servidores fraudam folhas de pagamento (como horas-extras fictícias) e repartem os valores ilícitos entre si ou com superiores. Na operação de Caldas Novas, investiga-se o peculato (crime previsto no art. 312 do Código Penal), com indícios de que:

  • Servidores registravam horas não trabalhadas;
  • Responsáveis pelo controle de ponto recebiam propina para autorizar os pagamentos.

Dados nacionais:

  • Em 2023, o Ministério Público identificou R$ 89 milhões desviados por rachadinhas em 11 estados (Fonte: CNMP).
  • O caso mais famoso é o do Rio de Janeiro, onde o ex-governador Wilson Witzel foi afastado em 2020 por esquema similar.

Fontes:


2. Por que Caldas Novas? Entenda o contexto

Caldas Novas (GO) é um polo turístico dependente da vigilância sanitária para fiscalizar hotéis, piscinas e estabelecimentos de saúde. A Visam (Vigilância Sanitária Municipal) tem orçamento de R$ 4,2 milhões/ano – parte do qual pode ter sido desviado.

Indícios da operação:

  • R$ 6.362 em dinheiro vivo apreendido (possível “troco” de repartição).
  • Dois servidores afastados: um do setor de controle de ponto e outro da autorização de horas-extras.
  • Prejuízo estimado: Ainda não divulgado, mas em casos similares (como em São Paulo, 2022), prejuízos chegaram a R$ 1,2 milhão/ano.

Reação da prefeitura:
A gestão municipal afirmou que não é alvo, mas abriu sindicância interna. Destacou seu programa de compliance, porém esquemas de rachadinha costumam envolver funcionários de médio escalão.

Fontes: MPGO – Divulgação da operação; Prefeitura de Caldas Novas – Nota oficial

3. Como funcionam as horas-extras fictícias?

O esquema exige cumplicidade hierárquica:

  1. Servidor “fantasma” registra horas não trabalhadas.
  2. Responsável pelo ponto altera sistemas para validar.
  3. Gestor aprova sem fiscalização.
  4. Valor é dividido ou repassado a intermediários.

Como é descoberto?

  • Denúncias internas: Colegas ou auditores notam disparidades.
  • Cross-checking: Comparação de registros de ponto com acessos a sistemas ou vídeos de câmeras.
  • Quebra de sigilo: Análise de extratos bancários (depósitos incomuns).

Punições possíveis:

  • Administrativa: Demissão (Lei 8.112/90).
  • Criminal: Peculato tem pena de 2 a 12 anos de prisão.

 Fontes: Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores)


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