Caro leitor, diante de tudo que estamos passando em nosso país — crise nos poderes, políticas sujas, ministérios de predadores, queimadas, inundações, perseguições — fico extremamente preocupado se não estamos em pleno apocalipse, uma espécie de distopia, e próximos ao fim ou à crise e falência iminente de tudo que conhecemos como civilização democrática. Recentemente assisti a uma entrevista do jornalista Glenn Greenwald para o podcast Inteligência Ltda., e me chamou a atenção, além de gerar profunda preocupação, os assuntos abordados. Tudo o que estamos passando atualmente tem origem, tem significado e segue protocolos com a chancela de grupos nos EUA e Europa. Enfim, a crise do cabresto e a não aceitação desses grupos em perder o controle sobre a população. Venha comigo entender um pouco mais sobre esse assunto. Destaquei os pontos mais importantes, principalmente no que diz respeito ao nosso país. Não seja um idiota útil, nem deixe a cortina de fumaça obscurecer sua visão.
O jornalista Glenn Greenwald abordou a situação atual do Brasil, explorando temas como censura, liberdade de expressão e a relação do governo com a mídia. Inicialmente, ele compartilhou reflexões sobre sua carreira, destacando a importância da transparência e os obstáculos enfrentados ao expor informações que afetam figuras poderosas. A conversa abrange ainda a influência de Elon Musk e as perspectivas para a plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) no Brasil.
Greenwald ressalta que a prática jornalística é vital para a manutenção da democracia, especialmente ao investigar escândalos de grande impacto social. Ele cita o exemplo do caso Watergate, um marco na história política americana, que demonstrou como o jornalismo pode alterar o destino de um país e moldar a confiança pública na mídia. O papel do jornalismo investigativo é enfatizado como uma ferramenta essencial para a preservação dos valores democráticos. Esse compromisso também é um reflexo de sua transição profissional de advogado para jornalista, impulsionada pelos eventos traumáticos do 11 de setembro.
Intercept e a Liberdade de Imprensa
Ao debater a fundação do Intercept, Greenwald explica que a plataforma nasceu da necessidade de oferecer uma alternativa à censura e preservar a liberdade de imprensa. Ele destaca que a liberdade editorial total é crucial para os jornalistas, permitindo que informações sejam publicadas sem interferências ou necessidade de aprovação, uma prática fundamental para garantir a veracidade das reportagens.
As eleições presidenciais dos EUA de 2016 e 2020 são mencionadas como exemplo de como a cobertura jornalística pode ser influenciada por pressões políticas, levando à autocensura nos veículos de comunicação. No Brasil, a experiência com a Operação Lava Jato mostrou como os jornalistas, inicialmente aclamados como heróis, enfrentaram hostilidade quando a narrativa pública mudou. Aqui, já começa a ficar estranho e inicia-se o lado obscuro da elite que controla os poderes em vários países.
Greenwald fala sobre a necessidade de garantir a proteção das fontes e a integridade das reportagens. Ele argumenta que a divulgação gradual de dados complexos permite uma melhor assimilação pelo público e evita a sobrecarga de informações.
Edward Snowden e o Impacto das Revelações
O jornalista relembra a coragem de Edward Snowden ao expor a vigilância em massa da NSA, transformando-o em uma figura controversa. As revelações de Snowden trouxeram à tona a questão da privacidade na era digital, afetando tanto as políticas governamentais quanto as práticas das Big Techs, que passaram a adotar medidas como a criptografia ponta a ponta para proteger os dados dos usuários.
Greenwald também menciona as implicações internacionais das revelações, como o impacto nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, especialmente no governo Dilma Rousseff. As políticas de tensão resultaram em cancelamentos de encontros e mudanças na postura diplomática.
Nesse ponto, todo tipo de relação dos governos com as Big Techs se torna uma dinâmica diferente, caro leitor. A ideia de sermos vigiados e monitorados demonstra a fragilidade tanto dos governos quanto dos cidadãos. Um exemplo disso é o governo Lula querer criar suas próprias redes sociais para que os membros do Estado possam conversar sem o risco de terem suas conversas expostas, como no recente vazamento das conversas do ministro do STF que ordenou o bloqueio de quem ele considera que deve ser apagado digitalmente. Preste atenção, leitor, aos pequenos detalhes para entender o todo.
Censura e Abuso de Poder no Brasil
No Brasil, Greenwald levanta questões sobre a crescente censura e abuso de poder judicial. A prisão sem processo justo de Felipe Martins exemplifica as preocupações com a tirania e a supressão da liberdade de expressão no país. Ele critica a falta de transparência no processo judicial e denuncia a intensificação de medidas autoritárias que ameaçam a democracia.
O jornalista argumenta que ordens de censura, muitas vezes impostas de forma sigilosa e sem direito de contestação, criam um ambiente de medo e repressão política. Durante as eleições de 2022, o STF concedeu poderes extraordinários aos magistrados, o que, segundo ele, foi utilizado para silenciar opositores e levantar preocupações sobre a integridade do processo eleitoral.
O Caso X e a Regulamentação das Big Techs no Brasil
A situação da plataforma X no Brasil é outro tema central da discussão. Greenwald descreveu os desafios que a empresa enfrentará devido à falta de conformidade com os critérios legais brasileiros, como a necessidade de representação física no país. Ele menciona o esforço frustrado do Congresso em aprovar leis para regular redes sociais, destacando a pressão das Big Techs como fator decisivo para o fracasso.
De acordo com o jornalista, o uso de poderes coercitivos pelo ministro Alexandre de Moraes, incluindo a intimação de executivos do Google e Facebook à Polícia Federal, criou um clima de intimidação nas empresas de tecnologia. As investigações do TSE sobre as ações de Moraes reforçam as críticas ao excesso de poder concentrado em uma única figura, e o uso da polícia civil para investigar opositores levanta preocupações sobre imparcialidade e abuso de poder.
O Futuro da Liberdade de Expressão no Brasil
Greenwald encerra sua análise afirmando que a descentralização da informação, viabilizada pela internet, desafia o controle tradicional sobre as narrativas. Ele adverte que o medo das elites de perder esse controle está por trás do aumento da censura, desenhando um paralelo com distopias como 1984, de George Orwell. Segundo ele, o Brasil enfrentou um momento decisivo, e o futuro da democracia depende da resistência contra a censura e o autoritarismo, garantindo a preservação da liberdade de expressão e a transparência das instituições.
Outro ponto que me chamou bastante atenção nessa entrevista é o medo que o jornalista mencionou ter de um certo ministro. Isso é alarmante, pois ele já denunciou o próprio sistema dos EUA e não manifestou esse mesmo receio. Algo obscuro e profundamente tenebroso cobre nosso país, e o povo parece não se importar, preso em uma teia macabra de engano, mentira e influência. Levanto a questão: por que o brasileiro aceita tudo e no dia seguinte esquece aberrações? Seria falta de compreensão política? Falta de estudos? Seria um problema de QI? Influência da mídia ou algo cultural? Seja o que for, precisamos mudar urgentemente.
De acordo com o historiador e pensador político Alexis de Tocqueville, em seu livro Democracia na América: “O despotismo pode governar sem fé, mas a liberdade não pode.” Na essência, o maior perigo para uma sociedade livre é quando aqueles que se consideram defensores da ordem começam a usar o poder que possuem para silenciar o que não querem ouvir.