Boletim – CXXIV
PL busca comando de comissões: O PL, partido com a maior bancada na Câmara dos Deputados, está sondando o comando de pelo menos três comissões temáticas na próxima legislatura, que começa em fevereiro. A legenda pretende presidir as comissões de Agricultura, Segurança e Relações Exteriores, sendo esta última liderada por Eduardo Bolsonaro, que teria como justificativa para nomeação a proximidade política com Donald Trump.
Atualmente, o PL já comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e outras comissões importantes, como Educação, Esporte, Previdência e Segurança. O que o partido pretende é garantir o controle dos colegiados de Agricultura e Segurança como estratégia para pressionar o governo Lula, explorando temas como o preço dos alimentos e os índices de criminalidade. Esses aspectos são considerados os pontos fracos da atual gestão e poderiam fortalecer a oposição de direita para as eleições presidenciais de 2026.
Enquanto isso, o PT ainda não definiu quais comissões pretende disputar, mas avalia como estratégicas as comissões de Direitos Humanos, Meio Ambiente e Educação. O partido busca garantir influência nessas áreas para minimizar o avanço da centro-direita sobre os colegiados federais.
Lula defende Haddad de Kassab: Ontem, Gilberto Kassab, presidente do PSD, em evento com investidores em São Paulo, afirmou que considera difícil a possibilidade de uma reeleição de Lula, e que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “fraco”, o que demonstra um péssimo indicativo do governo atual. Kassab também frisou que considera que o candidato vitorioso em 2026 precisará de apoio de partidos do Centro.
Lula, defendendo seu sucessor político, comentou hoje, em tom irônico as falas do líder do PSD, elogiando sua atuação na reforma tributária e por defender o arcabouço fiscal. Além de dizer que a fala de Gilberto Kassab era injusta, e que o papel de Haddad está sendo essencial. Lula ainda debochou da fala sobre sua incapacidade de se reeleger, comentando que a eleição é apenas em 2026, então ele estaria despreocupado com a atual desaprovação do governo.
Governo articula exploração de petróleo: O governo Lula está se mobilizando para defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, enfrentando oposição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A ofensiva é liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e foi discutida em reunião com Lula, Rui Costa da Casa Civil e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
A estratégia do governo envolve destacar os ganhos eleitorais de uma possível descoberta de petróleo, o exaltando como um “trunfo eleitoral”.
O ministro Alexandre Silveira também busca se sobressair nessa articulação e fortalecer sua posição diante da possibilidade de reforma ministerial e da pressão de partidos por seu cargo. Além disso, tenta se reaproximar de Davi Alcolumbre, provável futuro presidente do Senado, que é defensor da exploração na região.
Texto: Jordana zagury
Edição: Álif Pamponet
