Bastião Compilado – 29/04/2025

FRAUDES NO INSS AGRAVAM FILA DE ATENDIMENTOS E SOBRECARREGAM SISTEMA: A Polícia Federal revelou em relatório que um esquema de fraudes no INSS teve impacto direto no aumento da fila de atendimento a beneficiários. A prática fraudulenta, relacionada à inclusão indevida de descontos associativos, coincidiu com o crescimento das filas em 2024, o que levou o governo a editar uma Medida Provisória para retomar o pagamento de bônus a peritos, tentando acelerar o atendimento. A PF dedicou uma seção específica do documento para tratar dos danos provocados por esse esquema no andamento dos requerimentos.

Segundo o relatório, entre janeiro de 2023 e maio de 2024, mais de 1,9 milhão de solicitações foram feitas apenas para excluir ou bloquear mensalidades associativas indevidas nos benefícios, correspondendo a aproximadamente 16,6% da fila de requerimentos no período. A auditoria estimou que só os pedidos de exclusão representaram mais de 392 mil horas de trabalho, o equivalente a quase 50 mil dias úteis de um servidor. Esse volume sobrecarrega os servidores da CEAB-Manutenção, responsável por essa análise.

O mais alarmante, de acordo com a PF, é que cerca de 91% desses requerimentos foram motivados por descontos feitos sem o consentimento dos beneficiários. Com a devida coleta de autorização, mais de um milhão de pedidos poderiam ter sido evitados. Assim, a negligência no cumprimento das normas por parte do INSS e das entidades associativas gerou um efeito dominó na fila de atendimentos.

BOLSONARO APOIA ATO POR ANISTIA EM BRASÍLIA, MAS DECIDE NÃO PARTICIPAR: O ex-presidente Jair Bolsonaro, que inicialmente se mostrava contrário à realização de manifestações em Brasília pela anistia aos condenados do 8 de Janeiro, mudou de posição após conversas com aliados. Segundo seus interlocutores, Bolsonaro entendeu que a pressão popular na capital federal seria estratégica para impulsionar a tramitação da proposta de anistia na Câmara, assim como já ocorreu com atos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A mudança de postura também se deve ao novo cenário político e jurídico. No passado, Bolsonaro temia que uma manifestação em Brasília reacendesse a tensão com o Supremo Tribunal Federal, sobretudo enquanto as investigações sobre uma tentativa de golpe estavam em curso. Agora, porém, o contexto é outro: ele já foi formalmente denunciado pela Primeira Turma do STF, e o projeto de anistia encontra-se travado devido à resistência do presidente da Câmara, Hugo Motta.

Mesmo apoiando o ato, Bolsonaro não deve comparecer pessoalmente. Ele permanece em Brasília, mas se recupera de uma cirurgia relacionada às complicações da facada sofrida em 2018. A manifestação está prevista para o dia 7 de maio e deve começar na Torre de TV, a cerca de quatro quilômetros da Praça dos Três Poderes, onde ocorreram os atos golpistas, numa tentativa de afastar simbolicamente a nova mobilização dos eventos de janeiro de 2023.

CAMISA VERMELHA DA SELEÇÃO GERA REAÇÕES NEGATIVAS NO FUTEBOL BRASILEIRO: A possível adoção de uma camisa vermelha como uniforme reserva da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026 tem gerado fortes críticas entre figuras do futebol nacional. Galvão Bueno, um dos principais narradores do país, considerou a proposta uma afronta à tradição da equipe. Durante seu programa, ele condenou a ideia de substituir a camisa azul, que faz parte da identidade da seleção, por uma cor que não representa as tonalidades da bandeira brasileira.

A crítica foi reforçada por Casagrande, ex-jogador e comentarista, que classificou a mudança como um desrespeito à história e à imagem do Brasil no cenário esportivo internacional. Para ele, a identidade construída ao longo de décadas não deveria ser alterada. O jornalista Mauro Naves também se opôs à proposta, argumentando que camisas de outras cores, como a preta usada em 2023 contra a Guiné em uma ação antirracista, só fazem sentido em contextos comemorativos e não em uma competição oficial como a Copa do Mundo.

A polêmica também levou à citação do Estatuto da CBF, que permite variações de cor em uniformes apenas com aprovação da diretoria e, preferencialmente, para eventos comemorativos. Ricardo Rocha, campeão mundial em 1994, destacou esse ponto para reforçar que a camisa vermelha seria inadequada em um torneio da magnitude da Copa.