Bastião Compilado – 09/04/2025

JUSCELINO FILHO PEDE DEMISSÃO APÓS DENÚNCIA DA PGR: O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), decidiu pedir demissão do cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suposto desvio de emendas parlamentares. A decisão foi tomada após uma série de conversas com lideranças do União Brasil e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), em um almoço realizado na terça-feira (8/4), em Brasília. Durante o encontro, ficou claro que o Palácio do Planalto preferia que Juscelino tomasse a iniciativa de se afastar, evitando que o presidente Lula tivesse que tomar essa decisão.

Na reunião, além de Gleisi e outros líderes do União Brasil, também estavam presentes Juscelino Filho e o ministro do Turismo, Celso Sabino. De acordo com fontes, a ministra Gleisi sugeriu que o pedido de demissão fosse feito pelo próprio Juscelino, para que o governo não fosse visto como responsável pela saída do ministro. Após o almoço, líderes do União Brasil se reuniram e decidiram apoiar o afastamento, aconselhando Juscelino a deixar o cargo para “se preservar”, evitando ficar mais exposto às investigações.

Segundo o acordo, Juscelino deve formalizar sua saída ainda na terça-feira. O substituto deverá ser outro deputado federal do União Brasil, com o nome de Pedro Lucas Fernandes (MA), atual líder da sigla na Câmara, sendo um dos mais cotados para o cargo. Vale lembrar que, em 2024, Lula já havia prometido afastar Juscelino caso ele fosse denunciado pela PGR, como foi o caso agora.

TRE-GO DERRUBA INELEGIBILIDADE DE RONALDO CAIADO, MAS MANTÉM MULTA: O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira, derrubar a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado. A medida foi tomada após ele ser condenado por abuso de poder político em dezembro do ano passado. Contudo, a segunda instância da Justiça Eleitoral manteve a imposição de uma multa de R$ 60 mil ao governador, devido a condutas vedadas durante as eleições municipais de 2024. A decisão ainda pode ser recorrida ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que impede a sua aplicação imediata.

A condenação inicial foi proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, que considerou que Caiado utilizou a sede do governo estadual para apoiar a campanha de seu aliado Sandro Mabel (União), atual prefeito de Goiânia, em eventos realizados após o primeiro turno da eleição. Além de Caiado, Mabel e sua vice, Cláudia Lira (Avante), também foram condenados, com a chapa vencedora sendo cassada. Nos eventos realizados no Palácio das Esmeraldas, o local foi decorado com as cores da campanha de Mabel e serviram comida e bebida aos convidados.

Durante o julgamento do recurso, os desembargadores do TRE-GO acolheram parte dos argumentos da defesa, afastando a inelegibilidade de Caiado, mas mantendo a multa. O presidente do TRE-GO, Luiz Cláudio Veiga Braga, destacou que a pena de inelegibilidade foi aplicada sem razoabilidade, enquanto o relator, desembargador José Mendonça Carvalho Neto, reconheceu irregularidades, mas concluiu que os eventos não comprometeram o resultado da eleição. A decisão ocorre poucos dias após Caiado se lançar como pré-candidato à presidência em 2026, em evento realizado em Goiânia.

CHINA IMPÕE TARIFAS DE 84% SOBRE PRODUTOS DOS EUA EM RESPOSTA A TARIFAS AMERICANAS: O Ministério das Finanças da China anunciou nesta quarta-feira (9/4) a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos, a partir de quinta-feira (10/4). A medida é uma retaliação à recente escalada da guerra tarifária iniciada pelos EUA, que anunciou tarifas em 117 países, incluindo a China. O país asiático já havia sido taxado com uma tarifa inicial de 34% pelos Estados Unidos, e a nova medida aumenta essa carga em 50%.

O aumento nas tarifas chinesas ocorre após a Casa Branca declarar que aplicará uma tarifa de 104% sobre todos os produtos chineses. Em resposta, o governo chinês declarou que continuará tomando ações firmes para proteger seus interesses legítimos e defendeu a ordem econômica internacional. Além de aumentar as tarifas, a China incluiu seis empresas norte-americanas na lista de entidades não confiáveis, intensificando a pressão econômica sobre os EUA.

A guerra tarifária também afetou outros países, como o Brasil, que foi incluído na lista de países com tarifas impostas pelos EUA, recebendo uma taxa de 10%, a mais baixa entre as nações atingidas. O impacto global das tarifas, tanto de Trump quanto da China, continua a crescer, com o governo chinês se comprometendo a tomar mais medidas de retaliação, se necessário, para proteger seus direitos comerciais.