Bastião Compilado – 07/04/2025

DOMINGO FOI MARCADO POR MANIFESTAÇÕES PRÓ-ANISTIA: Apoiadores de Jair Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6/4), para uma manifestação em defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas. Mais de 500 pessoas foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos, com penas que variam de 3 a 17 anos de prisão, por crimes como golpe de Estado e dano qualificado.

Governadores de sete estados, representando quatro das cinco regiões brasileiras, posaram ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro antes do início da manifestação. A presença deles no evento simbolizou o apoio político ao movimento, que tem como principal demanda a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. O protesto também incluiu pedidos pela volta de Bolsonaro à Presidência e a música “Vamos pra rua pra derrubar o PT”, símbolo das manifestações de impeachment de Dilma Rousseff.

Os bolsonaristas defendem a tese de que o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, está perseguindo os apoiadores de Bolsonaro e defendem uma anistia para os envolvidos. O símbolo do batom foi usado na manifestação em alusão ao caso de Débora Rodrigues dos Santos, que foi presa por escrever uma frase em uma escultura do STF e foi condenada a até 14 anos de prisão. O protesto na Paulista reuniu pessoas que apoiam a anistia e a defesa do ex-presidente, além de reforçar as críticas à atual condução do Supremo.

PDT AINDA NÃO DEFINIU POSIÇÃO PARA A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2026: O PDT, partido de centro-esquerda que integra o governo Lula, ainda não tomou uma decisão sobre sua postura na campanha presidencial de 2026. A definição deve ocorrer apenas no início do próximo ano, segundo o presidente nacional da legenda, André Figueiredo. Em 2022, o partido lançou Ciro Gomes como candidato à presidência e apoiou Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição. Em 2022, Ciro Gomes terminou a eleição presidencial em quarto lugar, com 3% dos votos válidos. Atualmente, a maior tendência dentro do PDT é de apoio à reeleição de Lula, caso o presidente decida concorrer a um novo mandato.

Ciro Gomes, que já afirmou que não será candidato em 2026, tem motivado a legenda com seu desempenho nas pesquisas, especialmente na última rodada do Datafolha. Sem a presença de Lula e Jair Bolsonaro, Ciro lidera as intenções de voto, superando Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas. Nos cenários com Lula, Ciro aparece em terceiro lugar, o que é visto como um possível indicativo de um potencial para ser uma alternativa de terceira via, conforme a avaliação interna do partido.

DÓLAR SOBE E MERCADOS GLOBAIS SOFREM COM AVERSÃO AO RISCO E TEMORES DE GUERRA COMERCIAL: O dólar apresenta forte alta nesta segunda-feira (7), cotado a R$ 5,86, impulsionado pela crescente aversão ao risco nos mercados globais. A preocupação com uma possível guerra comercial, após os anúncios de tarifas recíprocas entre os Estados Unidos e outros países, tem gerado incertezas no mercado financeiro. A situação se agravou na sexta-feira (4), quando a China anunciou uma retaliação às tarifas americanas, elevando as tensões entre as duas potências econômicas.

Os mercados financeiros internacionais estão em queda, com destaque para as bolsas asiáticas, como Hong Kong, que despencaram 13,22%. Na Europa, as quedas também são expressivas, com o índice Euro Stoxx 50 recuando 3,83%. O Ibovespa, no Brasil, também inicia o dia no negativo, com uma queda de quase 2%. Os investidores temem que as tarifas elevem os preços dos produtos e serviços, pressionando a inflação global e desacelerando o comércio e a atividade econômica mundial.

O governo chinês anunciou que, além de aplicar tarifas de 34% sobre produtos americanos, começará a restringir a exportação de materiais estratégicos, como terras raras, essenciais para a produção de tecnologia. Esses desenvolvimentos aumentam os temores de uma recessão global, o que impacta negativamente as bolsas e cria um clima de incerteza no mercado financeiro. Analistas alertam que, se as tensões comerciais se intensificarem, a inflação global pode disparar e reduzir a demanda mundial.