Bastião Compilado – 04/04/2025

RÚSSIA REJEITA PROPOSTA DE CESSAR-FOGO E MANTÉM PRESSÃO SOBRE A UCRÂNIA: Os Estados Unidos propuseram um cessar-fogo de um mês entre Rússia e Ucrânia para abrir espaço para negociações de paz, mas Moscou adiou ao máximo sua resposta e, após quase três semanas, recusou definitivamente a oferta. Enquanto Kiev aceitou a trégua imediatamente, o Kremlin limitou-se a propor pausas parciais nos ataques contra infraestrutura energética e no Mar Negro. A justificativa russa foi a ausência de uma solução para as “causas originais do conflito”, reiterando a narrativa de que a culpa pelo confronto recai sobre a Ucrânia e não sobre a ofensiva expansionista de Vladimir Putin. 

O governo russo reforçou suas exigências, incluindo a retirada de Vladimir Zelensky e sua substituição por um governo interino, o que evidenciou seu objetivo de controlar politicamente a Ucrânia. Essa postura reflete a visão do Kremlin de que as ex-repúblicas soviéticas devem permanecer sob sua influência, impedindo qualquer aproximação com o Ocidente. A exigência de que a Ucrânia aceitasse a desmilitarização, abandonasse a Otan e cedesse territórios ocupados demonstrou que a Rússia nunca teve intenção real de aceitar um cessar-fogo equilibrado, mas sim de se impor.

Diante da negativa russa, os Estados Unidos indicaram que podem endurecer sua postura, incluindo a aplicação de tarifas secundárias sobre o petróleo russo. O secretário de Estado, Marco Rubio, ressaltou que muitas sanções que Moscou deseja ver suspensas nem sequer são controladas por Washington, tornando improvável qualquer alívio econômico para a Rússia. Enquanto Putin aumenta a mobilização militar, o Ocidente avalia intensificar o apoio à Ucrânia e pressionar Moscou para concessões mais significativas, deixando claro que o conflito ainda está longe de uma solução negociada.

CRISE DIPLOMÁTICA ENTRE BRASIL E PARAGUAI POR SUPOSTA ESPIONAGEM: O Ministério Público do Paraguai investiga a Abin por possível espionagem nas negociações tarifárias de Itaipu, o que poderia configurar crimes de acesso indevido a dados e interceptação de informações. A denúncia, divulgada pelo portal UOL, gerou uma crise diplomática ao envolver parlamentares, diplomatas e autoridades paraguaias. 

Fontes da Abin alegam que a ação ocorreu em resposta a uma suposta espionagem paraguaia contra o Brasil em 2022. No entanto, o ex-ministro da Inteligência do Paraguai, Esteban Aquino, negou qualquer operação ilegal, destacando que o país não tem recursos para tais atividades e que todas as ações foram institucionais e dentro da lei. 

Em meio à tensão, o embaixador do Paraguai no Brasil, Juan Ángel Delgadillo, foi chamado para consultas e apresentou um relatório ao chanceler paraguaio. O governo do Paraguai monitora o caso de perto, enquanto a crise pode afetar as relações bilaterais.

CAIADO CRITICA SEGURANÇA PÚBLICA EM EVENTO DE PRÉ-CAMPANHA: Durante um evento em Salvador, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou a gestão federal, especialmente na segurança pública e economia. Em meio à sua pré-campanha presidencial, ele destacou avanços em Goiás e usou a fragilidade política da esquerda na Bahia para lançar sua candidatura. 

A reunião, na Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), contou com lideranças do União Brasil, como o prefeito Bruno Reis e o ex-prefeito ACM Neto. Empresários expressaram preocupação com a violência no estado, governado pelo PT, e seu impacto na economia. Caiado comparou os índices de criminalidade da Bahia e de Goiás, responsabilizando a gestão petista pela piora na segurança. 

Além disso, ele criticou a reforma tributária e as políticas do governo Lula, alegando que afastam investimentos e elevam a inflação. Ao fim, afirmou sentir apoio do setor industrial e um descontentamento crescente da população nordestina com o atual governo, buscando se firmar como alternativa da direita moderada.