Bastião Compilado – 28/03/2025

GUIDO MANTEGA NO CONSELHO FISCAL DA ELETROBRAS: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Guido Mantega para compor o conselho fiscal da Eletrobras, além de nomear três representantes para o conselho de administração: Nelson Hubner, Maurício Tolmasquim e Silas Rondeau.

Ainda é necessário o aval de acionistas para confirmar as escolhas do presidente. Isso será pautado numa assembleia marcada para 29 de abril.

Houve tentativas anteriores de Lula em alocar Mantega em seu governo, mas elas foram frustradas. Ele já havia sido indicado para presidir a Vale, mas os acionistas privados foram contra. Houve a tentativa então de negociar uma vaga no conselho de administração, mas também não conseguiu.

Mantega não era apenas rejeitado pelo mercado como também enfrentava restrições legais.

Em 2016 havia sido proibido pelo TCU de ocupar cargos públicos pelo seu envolvimento nas chamadas “pedaladas fiscais”, que levaram ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em 2023, a justiça anulou essa decisão.

A atual indicação só foi possível após o governo e a companhia firmarem um termo de conciliação que encerrou a disputa judicial sobre a limitação do poder dos acionistas a 10%, que foi tema de julgamento do STF.

Após o acordo é garantido que o governo possa indicar três dos dez membros do conselho de administração e um dos cinco membros do conselho fiscal, ocupando então um espaço estratégico dentro da companhia.

SERVIDORES DO IBGE RELATAM RETALIAÇÃO APÓS CRÍTICAS À GESTÃO DE POCHMANN: Servidores afirmam ter sido transferidos sem justificativa e contra sua vontade para uma unidade no Rio de Janeiro próxima a áreas perigosas.

Os técnicos das gerências de Sistematização de Conteúdos Informacionais (GECOI) e de Editoração (GEDI) relatam terem sido transferidos de um prédio da região do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, para um antigo parque gráfico do IBGE em Parada de Lucas, na Avenida Brasil, vizinho a comunidades que formam o Complexo de Israel.

Essa retaliação foi mencionada em uma carta e está ligada a suas posições contrárias à gestão de Márcio Pochmann, indicado pelo presidente Lula. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge) confirmou a situação.

GLEISI REBATE FALAS DE CAIADO SOBRE SUPOSTA RETALIAÇÃO DO GOVERNO: Após o governador de Goiás e pré-candidato ao Planalto, Ronaldo Caiado, declarar em entrevista sofrer retaliações por sua postura crítica ao presidente Lula, a ministra Gleisi Hoffmann, articuladora política do governo, rebateu as acusações. Ela diz que não é correto alegar perseguição nem omitir informações à população goiana.

Gleisi argumentou que todos os estados são tratados igual pelo governo independente de seu apoio ou oposição de seus governadores. Como exemplo, citou o benefício de R$ 5,2 bilhões para Goiás com a renegociação de dívidas aprovada por Lula, além de outros R$ 2 bilhões em dívidas estaduais com terceiros quitadas pela União nos últimos dois anos devido à inadimplência do governo estadual. A ministra também citou o aumento dos repasses do SUS para assistência farmacêutica em Goiás, que saiu de R$ 13 milhões em 2022 para uma previsão de R$ 25 bilhões este ano.

A construção do Hospital do Câncer em terreno da União, também foi citada, Glesi alega que Goiás recebeu oferta federal para cobrir a maior parte da obra, mas o governador se recusou a fazer licitação para receber verba federal.

Também citou a concessão da Rota Verde, ligando Goiânia a Rio Verde e Itumbiara, leiloada no final do ano anterior, foi autorizada pelo presidente Lula.

A fala da ministra veio em resposta à uma entrevista em que Caiado alega que o governo de Goiás sofria retaliações e sanções vindas do governo federal por ser oposição e tecer críticas à Lula.