Bastião Compilado – 03/04/2025

A GUERRA TARIFÁRIA DE TRUMP: Na quarta-feira (2), Donald Trump declarou guerra tarifária ao resto do mundo, marcando o que ele chamou de “Dia da Independência Americana”. Em seu discurso na Casa Branca, Trump trouxe um operário da indústria automobilística de Detroit como símbolo de seu compromisso com uma economia mais nacionalista. O presidente americano anunciou medidas que abalam as bases do comércio internacional, destruindo um regime de décadas que se baseava em regras mínimas e multilateralismo, substituindo-o por uma lógica de “força bruta”, que ele defende em diversas áreas.

Essas ações de Trump representam um rompimento com um sistema de comércio mais colaborativo e regulamentado. Embora o Brasil tenha escapado das tarifas mais severas, as políticas de Trump não são benéficas para o país, que enfrenta uma queda no valor do dólar e pressões no mercado financeiro global. A instabilidade gerada por essas decisões aumentou os temores de uma recessão global, afetando o câmbio e o comportamento dos investidores.

MERCADO GLOBAL SENTE IMPACTO COM NOVAS TARIFAS: Na quinta-feira (3), o dólar registrou uma queda significativa, reflexo das perdas globais da moeda norte-americana após o anúncio de novas tarifas feitas por Donald Trump. Esse movimento gerou uma reação negativa dos investidores, que temiam o impacto das medidas sobre a economia global e uma possível recessão. O Ibovespa, índice da bolsa brasileira, teve uma leve alta, enquanto os principais índices de Wall Street apresentaram fortes quedas, evidenciando o nervosismo do mercado diante da escalada da guerra comercial.

O anúncio de Trump envolveu a imposição de uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os Estados Unidos, além de taxas mais altas sobre países como China, União Europeia e Japão. A tarifa para as importações chinesas foi particularmente elevada, totalizando 54%, enquanto a da União Europeia ficou em 20%. A medida, que intensifica a guerra comercial iniciada por Trump, gerou grande aversão ao risco, com analistas temendo que essas tarifas possam causar uma estagflação, elevando os preços e desacelerando a economia.

Além do impacto nas taxas de câmbio e nas bolsas, a decisão de Trump também impulsionou a busca por ativos considerados mais seguros, como o ouro e os títulos do Tesouro dos EUA. A elevação das tarifas para mais de 20%, comparado com os 2,5% anteriores à presidência de Trump, é vista como um movimento agressivo que pode afetar a atividade econômica global. A União Europeia e a China já prometeram responder com medidas retaliatórias, o que aumenta a incerteza sobre os rumos dessa disputa comercial.

PSOL ENFRENTA DESAFIOS NA DEFESA DE GLAUBER BRAGA: A cúpula do PSol reconheceu que as chances de o deputado Glauber Braga escapar da cassação são mínimas. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), votou a favor da perda do mandato de Glauber no Conselho de Ética da Câmara. Embora a votação tenha sido adiada a pedido de Chico Alencar (Psol), integrantes do partido já avaliam que a batalha no colegiado está praticamente perdida, com poucas perspectivas de reverter votos contra o parecer do relator.

Apesar disso, o PSol ainda tentará fazer pressão para mudar o rumo da decisão. Se o parecer for aprovado no Conselho de Ética, o caso será levado ao plenário da Câmara, onde os 513 deputados votarão a favor ou contra a cassação de Glauber Braga. Para que ele perca o mandato, será necessário o voto da maioria absoluta, ou seja, pelo menos 257 deputados. O PSol se prepara para uma intensa batalha no plenário, na tentativa de evitar a cassação e salvar o mandato de seu deputado.

Nos bastidores, o Psol também busca ganhar tempo e desviar o foco, argumentando que o processo de cassação de Chiquinho Brazão, acusado de envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, ainda não foi julgado. Glauber Braga é acusado de quebra de decoro parlamentar por expulsar, de maneira agressiva, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara em abril de 2024. A expectativa é que o Psol use essas estratégias para tentar reduzir a pressão sobre o caso de seu deputado.