WILDER MORAIS RECORRE À JUSTIÇA PARA REMOVER POSTAGENS SOBRE SUPOSTA ALIANÇA COM MARCONI PERILLO:

O senador Wilder Morais (PL) entrou na Justiça contra perfis anônimos no Instagram e a empresa Meta, controladora da plataforma, com o objetivo de remover publicações que mencionam um suposto encontro entre ele e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Segundo a defesa, as postagens prejudicam sua imagem ao vinculá-lo a uma figura condenada por improbidade administrativa e estranha ao seu grupo político. A ação também pede a responsabilização civil dos autores das páginas.

Wilder atuou como secretário de Infraestrutura de Goiás no governo de Marconi Perillo entre 2011 e 2012, antes de assumir uma cadeira no Senado. Apesar do histórico institucional, o senador afirma não ter qualquer relação pessoal ou política com Perillo. Ele nega veementemente a existência de articulações eleitorais com o tucano e diz que as postagens promovem desinformação.

O parlamentar sustenta que a vinculação com Perillo, em especial no contexto de uma possível aliança para as eleições de 2026, pode gerar danos eleitorais significativos. Para Wilder, a narrativa construída nas redes sociais visa minar sua reputação e criar ruído político dentro do cenário goiano. Ele classifica o conteúdo divulgado como sensacionalista e desprovido de provas.

Ao acionar a Justiça, Wilder Morais argumenta que o direito à liberdade de expressão não pode ser usado para justificar calúnias ou ataques políticos baseados em inverdades. A ação busca tanto a retirada do conteúdo das redes quanto medidas punitivas contra os responsáveis pelas páginas, com o intuito de conter o que considera uma tentativa deliberada de manipulação da opinião pública.

WAJNGARTEN NEGA OBSTRUÇÃO E DIZ À PF QUE RELAÇÃO COM MAURO CID ERA POR “AMIZADE LEAL”:

O advogado Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (1º), onde afirmou que seus contatos com o tenente-coronel Mauro Cid, delator da tentativa de golpe, ocorreram exclusivamente em razão de uma amizade antiga. Ele negou qualquer tentativa de interferência nas investigações e disse avaliar uma ação judicial por denunciação caluniosa contra quem o acusar de obstrução.

Segundo Wajngarten, sua relação com Cid remonta aos tempos de governo e incluiu visitas à casa do advogado em São Paulo, além de trocas de informações sobre crises envolvendo o ex-presidente. Ele relatou à PF que utilizava Cid como fonte para lidar com episódios como os cartões de vacinação falsificados e o sumiço de móveis do Palácio da Alvorada. Reforçou, no entanto, que jamais discutiu delações ou buscou tumultuar as investigações em curso.

Também foram ouvidos os advogados Paulo Cunha Bueno e Eduardo Kuntz, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, diante de indícios de tentativa de obstrução. Cunha Bueno, ainda na defesa de Bolsonaro, alegou que o único contato com a família de Cid ocorreu durante um evento de hipismo, no qual ajudou a inscrever a filha do militar em uma competição. Já Agnes Barbosa Cid, mãe de Mauro, relatou à PF abordagens constrangedoras de Kuntz e Bueno, supostamente para influenciar a escolha da defesa.

A investigação foi impulsionada por documentos entregues pela equipe de Cid à PF, que apontam tentativas de interferência externa no processo. O advogado Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e também réu, virou alvo direto após admitir trocas de mensagens com Cid via redes sociais. A versão de Kuntz, no entanto, é contestada pelos relatos da família e pelos registros entregues à polícia.

HAMAS SE DIZ DISPOSTO A TRÉGUA, MAS REJEITA PROPOSTA APOIADA POR TRUMP:

O grupo palestino Hamas afirmou nesta quarta-feira (2) que está disposto a negociar um cessar-fogo com Israel, mas rejeitou a proposta apoiada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê uma trégua de 60 dias na Faixa de Gaza. Segundo o porta-voz Taher al-Nunu, o grupo está “pronto e sério” para um acordo, desde que ele leve ao encerramento total do conflito. A posição marca mais uma rodada de impasse nas tentativas de mediação lideradas por Egito e Catar.

O presidente Trump anunciou que Israel aceitou os termos de uma trégua temporária e pediu publicamente que o Hamas também aderisse ao plano. Em mensagem publicada na Truth Social, o republicano alertou que a situação só tende a se agravar caso os palestinos não aceitem os termos negociados com apoio internacional. O governo norte-americano tem atuado em reuniões com autoridades israelenses e deve receber o premiê Benjamin Netanyahu em breve para novas conversas.

Apesar do tom conciliatório do Hamas, o grupo condiciona qualquer avanço à retirada total das forças israelenses de Gaza e ao fim definitivo da ofensiva militar. Essa exigência tem travado as negociações anteriores, uma vez que Israel insiste que só encerrará as operações quando o Hamas for desmantelado e desarmado, condição que o grupo se recusa a aceitar.

Uma delegação do Hamas deve se reunir ainda hoje com representantes do Egito e do Catar no Cairo para discutir os próximos passos. Embora os mediadores busquem manter vivas as tratativas, o cenário permanece instável e marcado pela desconfiança mútua. A guerra já se arrasta por quase dois anos, com milhares de mortos e uma crise humanitária crescente na região.