TRUMP MIRA CONGRESSO BRASILEIRO E AMEAÇA SANCIONAR MOTTA E ALCOLUMBRE:

O governo de Donald Trump, de volta à Casa Branca, avalia aplicar sanções específicas contra os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). A punição seria baseada na Lei Magnitsky, mecanismo norte-americano usado contra envolvidos em violações de direitos humanos, que restringe transações financeiras em dólar. A medida pode ir além do simples cancelamento de vistos, representando uma pressão direta e inédita sobre o Legislativo brasileiro.

O foco inicial das sanções seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, figura central nos embates com bolsonaristas. Trump quer medir a reação das autoridades brasileiras ao sancionar Moraes antes de estender as punições a outros nomes. Motta e Alcolumbre entraram na mira porque são peças-chave nos projetos de interesse da ala bolsonarista, como o PL da Anistia e o pedido de impeachment do ministro.

A Casa Branca espera que Hugo Motta permita a votação da proposta de anistia a envolvidos em atos antidemocráticos, o que poderia beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Já de Alcolumbre, o governo americano quer que ele paute o impeachment de Alexandre de Moraes no Senado, após novo pedido apresentado por Flávio Bolsonaro. Apesar disso, Trump sabe que ambos dificilmente apoiarão essas medidas, mas quer que ao menos coloquem os temas em debate parlamentar.

Mesmo com episódios recentes de atrito com o Supremo, os líderes do Congresso mantêm alinhamento com o governo Lula e com os interesses do Centrão. As possíveis sanções americanas aumentam a pressão interna em um momento político delicado, reacendendo a tensão entre os Três Poderes e evidenciando a tentativa de Trump de influenciar diretamente na política brasileira por meio de estratégias diplomáticas agressivas.

BRASIL DEIXA ALIANÇA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO:

O Brasil deixou a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), segundo informou nesta quinta-feira (24/7) o Ministério das Relações Exteriores de Israel. O país atuava como membro observador da organização desde 2021. De acordo com autoridades israelenses, a embaixada de Israel em Brasília já foi informada sobre a decisão pelo governo brasileiro.

A IHRA foi criada na década de 1990 com o objetivo de promover a memória do Holocausto e combater o antissemitismo em escala global. A saída do Brasil ainda não foi anunciada oficialmente pelo Itamaraty, e não foram divulgadas as razões que motivaram a medida. Fontes com conhecimento do caso relataram, sob anonimato, que o governo brasileiro optou por não comentar até o momento.

O anúncio da retirada ocorre em um contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e Israel. Nos últimos meses, os dois governos têm divergido sobre a guerra na Faixa de Gaza. Em fevereiro de 2024, o presidente Lula comparou ações militares israelenses ao Holocausto, o que levou Israel a declarar o chefe de Estado brasileiro persona non grata. Em seguida, o Brasil retirou seu embaixador em Tel Aviv.

Mesmo sem confirmação oficial da saída da IHRA pelo governo brasileiro, fontes diplomáticas israelenses apontam que a decisão está em andamento. A retirada é vista por analistas internacionais como mais um sinal do reposicionamento do Brasil em temas sensíveis da política externa, especialmente no Oriente Médio. O gesto reforça o distanciamento entre Lula e o governo de Benjamin Netanyahu e deve gerar novas repercussões internacionais.

MARCOS DO VAL VIAJA AOS EUA COM PASSAPORTE DIPLOMÁTICO APESAR DE ORDEM DO STF:

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) embarcou para os Estados Unidos utilizando seu passaporte diplomático, mesmo após ter o documento comum retido por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A viagem para Miami ocorreu na quarta-feira (23/7) e foi confirmada após reportagem do portal UOL. O parlamentar é investigado por obstrução de Justiça e está proibido de sair do país sem autorização judicial.

Segundo apuração do Metrópoles, o pedido de autorização para a viagem foi feito ao STF, mas indeferido. Apesar disso, do Val deixou o Brasil, alegando que não há decisão válida que restrinja sua liberdade de locomoção. Em nota, ele afirmou que a viagem foi previamente comunicada ao Supremo e que seu passaporte diplomático e visto americano estão em situação regular e atualizada.

Marcos do Val é alvo de inquérito por divulgar informações sobre o delegado da Polícia Federal Fábio Shor, responsável por investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também teve perfis suspensos nas redes sociais e enfrentou outras sanções judiciais nos últimos dois anos, como o bloqueio de bens e a proibição de uso das redes. Em diferentes momentos, declarou estar sendo perseguido e censurado politicamente.

O senador ganhou destaque em 2023 ao relatar uma suposta tentativa do governo Bolsonaro de envolvê-lo em uma gravação contra Moraes, mas posteriormente mudou sua versão e passou a atacar o ministro. Desde então, acumula atritos com o STF. O Supremo informou que não comentará o caso, pois o inquérito tramita sob sigilo. Até o momento, não há informações sobre eventuais medidas judiciais contra o descumprimento da decisão.