PT MIRA APROXIMAÇÃO COM MARCONI PERILLO POR MEIO DE AAVA SANTIAGO:

O Partido dos Trabalhadores tem interesse estratégico em Aava Santiago, vereadora de Goiânia, para ampliar sua presença política em Goiás. Embora ela não desperte entusiasmo no eleitorado evangélico, sua proximidade com nomes como Lula, Janja e Adriana Accorsi a tornou uma espécie de “petista honorária” em Brasília. A articulação busca, sobretudo, fortalecer um palanque para Lula no estado nas próximas eleições.

O ex-governador Marconi Perillo, liderança tucana goiana, mantém uma postura distanciada ao governo federal e posiciona-se como centrista. Apesar disso, há expectativa nos bastidores de que Aava possa funcionar como elo de ligação entre o PSDB de Perillo e o PT, favorecendo uma composição eleitoral improvável, mas politicamente conveniente para ambas as partes.

Aava, no entanto, não tem intenção de se filiar ao PT. Segundo fontes do partido, sua ascensão na política estadual se deu por caminhos independentes, e uma eventual entrada na legenda poderia retardar seu protagonismo. A decisão de permanecer fora do PT é vista como uma escolha pragmática, que mantém sua liberdade de articulação.

Mesmo com sua visibilidade política crescente, Aava Santiago ainda encontra dificuldade em dialogar com determinados segmentos do eleitorado, como o público evangélico. Críticas a seu alinhamento com pautas progressistas limitam sua aceitação nesse meio, o que pode impactar seu papel em articulações que visam ampliar o alcance eleitoral de alianças envolvendo o PT no estado.

EDUARDO BOLSONARO VOLTA A ATACAR MORAES E PROMETE “SACRIFÍCIO” PARA TIRÁ-LO DO STF:

Durante uma transmissão ao vivo neste domingo (20/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro voltou a fazer ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou que pretende trabalhar para tirar Moraes da Corte e disse estar disposto a se sacrificar pessoalmente para que isso aconteça. A fala aconteceu poucos dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, ser alvo de operação da Polícia Federal autorizada pelo próprio STF.

Eduardo chamou a atuação do ministro Moraes de “nível de várzea” e afirmou que o ministro não é digno de ocupar uma cadeira no Supremo. Também criticou as investigações da Polícia Federal, chamando os agentes de “cachorrinhos” e ironizando o delegado Fabio Shor, responsável pelo inquérito sobre a tentativa de golpe. Segundo ele, o momento atual ainda exige mais enfrentamento e sacrifício, o que estaria disposto a encarar.

Na mesma transmissão, o deputado disse que sua mudança para os Estados Unidos, anunciada no dia 18, não significa afastamento das disputas políticas. Para ele, essa mudança é parte de um processo maior. Ele também citou o ministro Luís Roberto Barroso, perguntando se ele estaria pronto para ir até o fim em uma possível disputa.

As falas de Eduardo geraram críticas e alertas, inclusive de aliados. Há quem veja na postura do deputado uma estratégia arriscada, que pode até favorecer adversários como o presidente Lula. As ameaças públicas a membros do Judiciário e o tom agressivo contra a PF têm chamado atenção nos bastidores políticos e ampliam o isolamento do bolsonarismo em setores institucionais.

HADDAD FALA EM SANÇÃO E CULPA RELAÇÃO ENTRE TRUMP E BOLSONARO POR TARIFA DE 50%:

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira que o governo brasileiro permanece nas negociações com os Estados Unidos, mesmo diante da possibilidade concreta de que a tarifa de 50% sobre produtos nacionais entre em vigor no dia 1º de agosto. Segundo ele, a medida seria uma espécie de sanção política motivada pela relação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro. Haddad afirmou que o governo atual não teria dado razões para ser alvo dessa decisão, mas não apresentou elementos novos que sustentem essa alegação.

Haddad disse que o Brasil já enviou duas propostas formais aos Estados Unidos e aguarda uma resposta. Apesar de insistir que o Itamaraty e o Ministério da Indústria seguem atuando, ainda não houve sinal público de avanço ou disposição dos americanos para rever a tarifa. O ministro evita admitir que o cenário esteja travado, mas suas declarações revelam pouca confiança em uma solução rápida. Ele também criticou o uso das redes sociais como canal para comunicações diplomáticas, embora o próprio governo tenha recorrido a esse meio em outras ocasiões.

Ao comentar o contexto político, Haddad apontou a atuação da chamada “extrema-direita” no Brasil como um entrave para o diálogo internacional. Citou que outros países como Canadá e México que também enfrentam atritos com os Estados Unidos, mas destacou que o Brasil estaria em uma situação distinta por motivos políticos internos.

Mesmo reconhecendo o risco de a tarifa ser mantida, o ministro reforçou que o governo está se preparando para apoiar os setores mais atingidos. Falou em união nacional, mas não explicou de forma concreta quais medidas estão previstas caso a taxação comece a valer. A aposta em negociações diplomáticas segue sendo o único caminho apresentado, embora os sinais práticos da parte americana ainda sejam escassos.