MC POZE: INVESTIGADO POR TORTURA E PRESO POR ENVOLVIMENTO COM FACÇÃO:

O cantor conhecido como “MC Poze do Rodo” está sendo investigado por supostos crimes de tortura e cárcere privado, após um homem alegar ter sido espancado e mantido preso por ele e seus amigos em um condomínio na Zona Oeste do Rio. A vítima teria sido acusada de furtar um bracelete da casa do artista. Apesar do pedido de prisão feito pela Polícia Civil, a Justiça negou a solicitação, e o funkeiro permaneceu em silêncio durante o interrogatório.

Contudo, MC Poze acabou sendo preso no dia 29 de maio por outros motivos: apologia ao tráfico de drogas e envolvimento com organização criminosa. Durante os trâmites legais, ele afirmou ter ligação com o Comando Vermelho, o que influenciou sua alocação na Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida por abrigar membros da facção. A prática de identificar vínculos com grupos criminosos é comum no sistema penitenciário para evitar conflitos internos.

Outro episódio investigado ocorreu durante um show do cantor na Cidade de Deus, em que homens armados com fuzis foram filmados dançando no meio do público. O evento aconteceu um dia antes da morte de um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais durante operação na região. O caso aumentou o debate sobre apologia ao crime na indústria do funk, e os efeitos disso nas comunidades e na sociedade no geral.

PREFEITURA DE GOIÂNIA ROMPE CONTRATO COM COOPERATIVAS DE CATADORES:

A Prefeitura de Goiânia rescindiu de forma unilateral o contrato de credenciamento com 11 cooperativas de catadores que atuavam na coleta seletiva da cidade. A decisão foi publicada no Diário Oficial e partiu da Comurg e da Seinfra. O contrato, firmado no final da gestão anterior, visava preparar uma futura contratação formal para garantir remuneração às cooperativas, o que nunca se concretizou.

Com o rompimento, as cooperativas ficaram sem respaldo legal ou econômico para continuar suas atividades. Dulce Helena do Vale, representante da Cooper Rama, afirmou que o grupo pretende acionar a Justiça com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que prevê a contratação de cooperativas pelo poder público. A prefeitura, por sua vez, alegou falta de recursos e transferiu a responsabilidade da contratação ao Estado.

A situação afeta diretamente a renda de dezenas de famílias e prejudica a coleta seletiva da cidade, que está desestruturada desde 2019. Dulce denuncia que a renda dos catadores caiu mais de 70% desde a terceirização do serviço. Goiânia, que já esteve entre as melhores capitais no quesito, agora figura entre as piores em coleta seletiva, segundo representantes das cooperativas. A rescisão ainda será analisada pelo TCM-GO e pela Controladoria Interna da Comurg.

MEGAOPERAÇÃO NACIONAL DESARTICULA FACÇÕES LIGADAS AO PCC EM GOIÁS:

Uma força-tarefa nacional deflagrou a “Operação Serras Gerais” na quinta-feira (29), com o objetivo de desmantelar operações financeiras e logísticas de facções supostamente ligadas ao PCC. A ofensiva envolveu o cumprimento de 50 mandados judiciais em seis estados, incluindo Goiás, e mirou um esquema criminoso que movimentou cerca de R$ 70 milhões em apenas oito meses. Foram expedidos 15 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 64 milhões em bens, que incluem fazendas, veículos de luxo, aeronaves e embarcações.

A operação teve alvos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Goianira, além de cidades no Tocantins, Bahia, São Paulo, Maranhão e Pará. Em Goiás, a ação contou com o apoio de forças especializadas como o DRACO e o BOPE. As investigações apontam que os criminosos usavam empresas reais e de fachada, como uma construtora, para lavar o dinheiro do tráfico. Também foi identificado o uso de uma instituição financeira suspeita de atuar como “banco paralelo” para uma facção goiana com atuação interestadual.

O grupo utilizava rotas terrestres e aéreas que cruzam a região das Serras Gerais, abrangendo Goiás, Tocantins e Bahia, para armazenar e transportar drogas em larga escala. A operação foi coordenada pela FICCO do Tocantins, integrada por policiais federais, civis, militares e penais, e contou com apoio interestadual. Os investigados devem responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico.