SEBASTIÃO SALGADO MORRE AOS 81 ANOS:

O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos nesta sexta-feira (23), em Paris. A notícia foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick. A causa da morte não foi divulgada. Salgado deixa dois filhos e um legado inestimável na fotografia documental e no ativismo ambiental.

Nascido em 1944, em Minas Gerais, Salgado iniciou sua carreira em 1973 e percorreu mais de 100 países ao longo de sua vida, registrando imagens marcantes da condição humana, do trabalho e da natureza. As fotografias capturadas por Sebastião em 1986, na Serra Pelada denunciavam a situação dos trabalhadores no maior garimpo a céu aberto do mundo e se tornaram um marco em sua carreira. O trabalho do brasileiro é referência internacional no fotojornalismo.

Em 2014, sua trajetória ganhou destaque no documentário O Sal da Terra, codirigido por seu filho Juliano Ribeiro Salgado e pelo cineasta alemão Wim Wenders. O filme foi premiado no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário, consagrando ainda mais a importância artística e humanitária de sua obra. Sebastião Salgado deixa para a posteridade uma herança visual que continuará a inspirar gerações.

IOF EM ALTA: IMPASSE FISCAL DO GOVERNO:

O Ministério da Fazenda anunciou um conjunto de mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que gerou forte repercussão e levou a um recuo parcial ainda na mesma noite. As novas medidas incluíam a taxação de aportes elevados em seguros de vida, operações de crédito em cooperativas, empresas do Simples Nacional e alterações em operações cambiais, como o aumento da alíquota para envio de recursos ao exterior. O ponto mais polêmico foi a tributação de 3,5% sobre aplicações de fundos nacionais no exterior, rapidamente revogada após críticas do mercado.

Além da revogação, o governo esclareceu que remessas de pessoas físicas para investimentos no exterior manteriam a alíquota anterior de 1,1%. Algumas operações seguiram isentas, como importações, exportações, remessas de dividendos, cartões de entidades públicas e operações diplomáticas. A intenção do governo era alinhar a política fiscal à monetária e aumentar a arrecadação, estimada inicialmente em R$ 20,5 bilhões para 2025. Com o recuo, o impacto real sobre a arrecadação permanece incerto.

A resposta do mercado foi imediata e negativa. Economistas criticaram a instabilidade e a natureza arrecadatória do uso do IOF, enquanto o Congresso já começou a se mobilizar contra as medidas. O líder da oposição classificou o aumento como uma punição ao setor produtivo e apresentou projeto para barrar o decreto. O governo, por sua vez, afirmou que busca equilíbrio, corrigindo rumos conforme o diálogo com a sociedade e os impactos percebidos.

REFORMA ADMINISTRATIVA EM CURSO: GOVERNO LULA NÃO PRETENDE INTERVIR:

A reforma administrativa deve voltar ao centro dos debates na Câmara dos Deputados nas próximas semanas. O presidente da Casa, Hugo Motta, anunciou a criação de um grupo de trabalho com prazo de 45 dias para formular uma proposta. Apesar da sensibilidade do tema, o governo federal não pretende impedir o avanço da discussão.

Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães, tanto o presidente Lula quanto a ministra da Gestão, Esther Dweck, estão cientes da movimentação e autorizaram o avanço das discussões. A sinalização é de que o Executivo está disposto a dialogar com o Legislativo sobre o tema, desde que seja mantido um compromisso com a preservação de garantias legais já estabelecidas. 

Guimarães também sugeriu que Motta pode estar tentando consolidar sua liderança ao colocar o tema em pauta. A movimentação é vista como estratégica, tanto do ponto de vista político quanto simbólico, e o governo parece disposto a dialogar, desde que os direitos dos atuais servidores não sejam afetados.