Bastião Compilado – Leia as principais notícias do dia
Boletim – CCLVII
Notícias
ESQUEMA DE FUNCIONÁRIO FANTASMA EM APARECIDA CONDENA EX-VEREADOR E ALIADOS:
O Ministério Público de Goiás (MPGO) conseguiu na Justiça a condenação de oito pessoas por envolvimento em um esquema de funcionário fantasma na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. As irregularidades ocorreram entre 2008 e 2009, resultando em um prejuízo de R$ 25 mil aos cofres públicos. O ex-vereador Willian Ludovico de Almeida foi apontado como o principal articulador da fraude.
Entre os condenados também estão o então presidente da Câmara, João Antônio Borges; o procurador jurídico João Bosco Boaventura; a tesoureira Olga Gonçalves Faria; o assessor Wilson Francisco dos Santos; além de três outras pessoas que atuaram como laranjas para depósitos de cheques falsificados. O MPGO teve todos os seus pedidos atendidos integralmente pela Justiça.
O esquema veio à tona quando um homem analfabeto, em situação de vulnerabilidade social, teve seu pedido de aposentadoria negado. O motivo: ele aparecia como servidor da Câmara com salário de R$ 2 mil, apesar de nunca ter trabalhado no local. Segundo o MP, Ludovico teria usado documentos do homem sob pretexto de doar-lhe um lote e, a partir disso, falsificou sua contratação para desviar recursos públicos.
Os cheques eram emitidos em nome da vítima e depositados em contas de pessoas próximas ao ex-vereador, incluindo sua noiva. O dinheiro era então entregue em espécie a Ludovico. A perícia comprovou as falsificações nas assinaturas dos cheques, que podiam ser identificadas até a olho nu.
Durante as investigações, os réus ainda tentaram subornar a vítima com R$ 1.070 para assinar recibos falsos, aproveitando-se de sua condição de analfabeto. Todos os envolvidos foram condenados à suspensão dos direitos políticos por 14 anos, perda da função pública, proibição de contratar com o poder público por igual período, além de multa civil e perda de bens. Os nomes serão incluídos no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa.
CENTRÃO RESOLVE IMPASSE BOLSONARISTA E FORTALECE ARTHUR LIRA NA CÂMARA:
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), saiu fortalecido após a crise promovida por parlamentares bolsonaristas na última quarta-feira (6/8). Líderes do Centrão e da oposição recorreram a ele para negociar o fim da obstrução do plenário, onde deputados de direita tentavam impedir que o atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), conduzisse a sessão.
O acordo, articulado principalmente pelo Centrão com a influência direta de Lira, envolveu a promessa de apoio à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e ao projeto que limita o foro privilegiado, reduzindo o poder do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre parlamentares. Com esse entendimento, os bolsonaristas liberaram a mesa para que Motta assumisse a presidência da sessão.
Hugo Motta só conseguiu chegar à cadeira presidencial após intensa resistência dos bolsonaristas, que mantinham bloqueios e prometiam não deixar votar nenhuma proposta até que a pauta desejada fosse incluída. Mesmo após conseguir abrir a sessão, Motta optou por não votar nenhuma matéria na ocasião, ressaltando a importância do diálogo e do respeito à democracia diante do cenário de tensão.
A mobilização dos bolsonaristas foi uma reação à determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar. A obstrução gerou cobrança dos líderes do Centrão e da oposição para que Motta tomasse uma posição firme, inclusive ameaçando suspender mandatos de quem permanecesse no plenário de forma irregular.
Ao final da noite, Arthur Lira atuou como mediador para o encerramento da crise, participando das negociações que permitiram a retomada dos trabalhos na Câmara. Sua atuação foi apontada por líderes como relevante para restabelecer o funcionamento do plenário diante do impasse provocado pelos bolsonaristas.
STF SUSPENDE DESPEJO EM COMUNIDADE QUILOMBOLA EM SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO:
Ministro Edson Fachin impede derrubadas na Antinha de Baixo, enquanto Justiça Federal assume competência sobre disputa judicial envolvendo terras ligadas a primo do governador de Goiás.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou a suspensão da ordem de desocupação das casas na comunidade rural Antinha de Baixo, em Santo Antônio do Descoberto (GO). A decisão ocorre após a divulgação de derrubadas no local e impede novos despejos, que poderiam deixar cerca de 1,6 mil moradores sem moradia.
A disputa judicial envolve terras concedidas pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) a três herdeiros, entre eles Murilo Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado. No entanto, moradores solicitaram o reconhecimento da área como comunidade quilombola junto à Fundação Cultural Palmares, alegando que descendem de cidadãos escravizados que ocuparam a região há cerca de 400 anos.
O pedido de reconhecimento foi publicado recentemente no Diário Oficial da União, fator determinante para a decisão de Fachin, que considerou a autodeclaração um critério suficiente para suspender a desocupação. A Justiça Federal passou a ter competência para decidir sobre o caso, após pedido do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e decisão da juíza Ailime Virgínia Martins.
Apesar da decisão do STF, algumas famílias já perderam suas casas nos primeiros dias de cumprimento da ordem de despejo, com 32 imóveis desocupados e algumas casas derrubadas por tratores a mando de Murilo Caiado. O empresário alega que moradores foram enganados por antigos proprietários que venderam imóveis sem documentação e afirma que o caso está sendo politizado.
O governo de Goiás, por meio da Secretaria de Comunicação, afirmou que o governador Ronaldo Caiado não é parte do processo e que seu parentesco com um dos herdeiros não implica envolvimento nas ações judiciais. O futuro da comunidade na Antinha de Baixo agora dependerá da análise da Justiça Federal sobre o reconhecimento quilombola da região.
ROMBO BILIONÁRIO NA FARIA LIMA COLOCA ESCÂNDALO DO CREDIT SUISSE EM EVIDÊNCIA:
Um novo episódio controverso veio à tona no mercado financeiro da Faria Lima, em São Paulo. O banco suíço Credit Suisse, atualmente incorporado pelo UBS, recebeu quase R$ 50 milhões em bônus por estruturar e distribuir fundos de investimento vinculados a duas empresas do setor de energia que, posteriormente, enfrentaram dificuldades financeiras. Estima-se que investidores profissionais tenham perdido cerca de R$ 1,6 bilhão, com base em expectativas de retorno que agora são alvo de questionamentos.
Os fundos citados, Wave e Solar, estavam ligados às empresas 2W Energia e Rio Alto Energias Renováveis, ambas hoje em processo de recuperação judicial. As companhias acumulavam dívidas relevantes e seus fundadores foram mencionados em investigações, incluindo a Operação Lava Jato. Ainda assim, os ativos foram oferecidos ao mercado com avaliações consideradas positivas à época. Quando os problemas financeiros se agravaram, as cotas desses fundos chegaram a desvalorizar até 97%.
O Credit Suisse teve participação na estruturação dos produtos e, ao mesmo tempo, os distribuiu a seus clientes, o que levantou preocupações sobre um possível conflito de interesses. Há registros de que o banco também participou da liberação de garantias que poderiam proteger os investidores, mesmo diante de indícios de deterioração das empresas. Investidores agora questionam o nível de transparência no processo e pedem apuração mais profunda.
Entre os episódios relatados, está a tentativa de proteção patrimonial por parte de Ricardo Delneri, sócio da 2W, que teria transferido imóveis de alto valor para familiares. Um deles, uma mansão avaliada em R$ 30 milhões, foi registrada como residência principal, um recurso legal para dificultar penhoras. Já a Rio Alto, de Sergio Reinas, acumulava dívida superior a R$ 1,5 bilhão e enfrentava processos administrativos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), embora ainda fosse apresentada ao mercado como promissora em 2024.
O caso trouxe à tona o debate sobre a responsabilidade das instituições financeiras na avaliação de riscos dos produtos que oferecem. Investidores relatam sensação de abandono e defendem maior supervisão sobre práticas de distribuição de fundos. Apesar das diferentes visões sobre as responsabilidades, este caso destaca a importância da transparência em um mercado cada vez mais complexo.
KIM KATAGUIRI REAGE A CRÍTICAS E APONTA INCOERÊNCIA DE BOLSONARISTAS:
O deputado federal Kim Kataguiri rebateu críticas feitas por parlamentares bolsonaristas após se recusar a aderir à obstrução do plenário da Câmara. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar ironizou os ataques e comparou Eduardo Bolsonaro à primeira-dama Janja, acusando ambos de utilizar dinheiro público em viagens, sem apresentar resultados legislativos.
Kataguiri citou diversos momentos em que esteve presente em votações importantes no Congresso, enquanto, segundo ele, parlamentares da base bolsonarista se ausentaram ou votaram ao lado do PT. Entre os episódios, destacou a defesa da CPI da Lava Toga, a oposição à PEC da Impunidade, à indicação de Kassio Nunes ao STF, ao afrouxamento da Lei de Improbidade e ao nome de Augusto Aras para a PGR.
Segundo o deputado, essas situações demonstram uma incoerência entre o discurso e a prática dos aliados de Jair Bolsonaro, que, em sua avaliação, teriam atuado em parceria com os petistas em diversas ocasiões. Kim reiterou que seu posicionamento crítico ao bolsonarismo é conhecido e que nunca escondeu sua postura frente ao ex-presidente.
O parlamentar também respondeu aos questionamentos sobre seu comportamento no plenário, especialmente por ter sido visto rindo durante a sessão. Ele argumentou que sua reação foi motivada por atitudes que considerou caricatas de colegas que protestavam enquanto assistiam a um jogo de futebol no celular ou utilizavam esparadrapos nos olhos como forma de manifestação.
Por fim, Kataguiri afirmou que não teme prejuízos eleitorais por manter sua independência. Disse preferir perder uma eleição “com a coluna ereta” do que se submeter a um projeto de poder no qual não acredita. Segundo ele, alguns bolsonaristas admitem nos bastidores críticas ao próprio ex-presidente, mas não têm coragem de expressá-las publicamente.
CURADORIA:
1 – Milho: produtores adiam vendas à espera de alta
2 – Trigo mantém estabilidade nos preços
3 – Moraes diz que Do Val demonstrou “completo desprezo” por decisões do STF
4 – Lula quer ajuda de Alcolumbre contra hegemonia da direita no Senado
5 – Daniela Lima é demitida da GloboNews
6 – Edinho Silva, presidente do PT, chama Trump de maior líder fascista do século
7 – União Brasil vai sair do governo e expulsar ministro que ficar
8 – Kremlin pede cautela com retórica nuclear após Trump enviar submarinos para perto da Rússia
9 – Lei Clezão Silveira: Gayer propõe versão brasileira da Lei Magnitsky
10 – PGR cita indícios de crimes de Rui Costa na compra de respiradores
Texto: Jordana Zagury
Edição: Álif Pamponet
Confira abaixo os principais índices e cotações (07/08):
🌱Soja balcão – R$ 114,00
🌽🌽Milho balcão – R$47,00
🌱Soja futura – R$ 112,00
🌾Sorgo balcão – R$ 39,00
🍬ATR/KG Cana Acum. – R$ 1,252
🍬ATR/KG Cana – R$ 1,194
🐂Boi Gordo (Sul – GO) – R$ 272,00
🐄Vaca (Sul – GO) – R$ 252,00
💵Dólar – R$ 5,54
💶Euro – R$ 6,43
📊SPX500 – 6.316,00 Pts
📊IBOV – 132.523,00 Pts