MORAES AUTORIZA ACAREAÇÃO ENTRE MAURO CID E MARCELO CÂMARA NO STF:

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara. O procedimento está marcado para a próxima quarta-feira (13) e tem como objetivo confrontar os dois réus sobre possíveis contradições em seus depoimentos, especialmente no que diz respeito ao suposto monitoramento ilegal de autoridades por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A acareação foi solicitada pela defesa de Marcelo Câmara, que está preso preventivamente e deve comparecer presencialmente ao Supremo usando tornozeleira eletrônica. Mauro Cid, delator no caso e também réu, teria mencionado Câmara como responsável por monitorar figuras como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin, ainda durante o período de transição de governo em 2022.

A defesa de Câmara alega que as declarações de Cid foram mal interpretadas e que a acareação servirá para esclarecer os fatos. O advogado Eduardo Kuntz afirmou que não se trata de desmentir Cid, mas de oferecer a oportunidade para que ele explique melhor suas palavras e desfaça possíveis equívocos nos relatos que comprometeram seu cliente.

Na mesma decisão, Moraes também determinou que o Ministério da Justiça entregue em até cinco dias a resposta do Departamento de Segurança Interna dos EUA sobre os registros de entrada e saída do ex-assessor Filipe Martins. Martins, também réu no inquérito, é investigado por ter apresentado uma minuta de decreto golpista a Bolsonaro e por supostamente ter fugido para os EUA em 2022, apesar de sua localização ter sido incerta por um período.

Filipe Martins foi preso preventivamente em fevereiro de 2024, mas teve a prisão revogada em agosto do mesmo ano. Atualmente, ele cumpre medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Sua defesa nega que ele tenha deixado o Brasil no avião presidencial e insiste que os registros norte-americanos devem comprovar sua versão dos fatos, o que reforça a importância da cooperação entre os dois países na elucidação do caso.

JUSTIÇA ELEITORAL TORNA VILMAR MARIANO E EX-PRIMEIRA-DAMA INELEGÍVEIS POR ABUSO DE PODER:

A Justiça Eleitoral de Goiás declarou inelegíveis por oito anos o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (União Brasil), e a ex-primeira-dama Sulnara Gomes Santana. A decisão, válida a partir das eleições de 2022, também impõe a ambos multa individual de R$ 30 mil. Segundo a sentença, houve uso indevido da estrutura da Prefeitura para coagir servidores comissionados, com ameaças e exonerações direcionadas a garantir apoio político.

A juíza Christiane Gomes Falcão Wayne, da 119ª Zona Eleitoral, destacou que o grupo político liderado por Vilmar e Sulnara utilizou a máquina pública como ferramenta de pressão para fins eleitorais. A prática foi considerada abuso de poder político, embora não tenha sido reconhecido abuso de poder econômico, por falta de provas sobre o uso indevido de recursos financeiros ou materiais da administração.

A magistrada isentou de responsabilidade outros nomes citados no processo, como Alcides Ribeiro Filho, Max Menezes e Olair Silva Gomes. A juíza argumentou que a mera proximidade política com os principais envolvidos não justifica condenação sem provas concretas. Alcides é pré-candidato à prefeitura e chegou a ser citado, mas não houve elementos suficientes para responsabilizá-lo.

Durante o julgamento, foi determinado também o desentranhamento de um áudio incluído no processo. A gravação, considerada prova ilícita por ter sido obtida de forma ilegal, deve ser excluída tanto dos autos quanto das plataformas onde estiver armazenada, sob pena de responsabilização judicial por descumprimento.

Com a decisão, o Ministério Público Eleitoral será notificado e poderá propor medidas adicionais, como ação penal ou processo disciplinar. Após o trânsito em julgado, o caso será registrado oficialmente no cadastro eleitoral. Vilmar Mariano e Sulnara Gomes ainda não se manifestaram sobre a condenação.

ASSEMBLEIA RETOMA SESSÕES COM DEBATE SOBRE TAXA DO AGRO E TEMAS SOCIAIS:

Na volta do recesso parlamentar, a Assembleia Legislativa de Goiás iniciou os trabalhos com discussões sobre a revogação da chamada “taxa do agro”, tributo estadual sobre o setor agropecuário. Os deputados Gustavo Sebba (PSDB) e Paulo Cezar Martins (PL) apresentaram propostas para extinguir a cobrança, alegando prejuízos ao setor produtivo.

Também foi destaque a atuação da Frente Parlamentar pela Erradicação dos Lixões, que relatou problemas estruturais em municípios como Anápolis e Formosa. O grupo pretende intensificar o diálogo com prefeitos e órgãos técnicos para buscar soluções.

Na área da educação, o deputado Virmondes Cruvinel (UB) celebrou o desempenho do estado no Ideb e reforçou a importância do programa AlfaMais Goiás, voltado à alfabetização na idade certa.

A campanha Agosto Lilás foi lembrada pela deputada Bia de Lima (PT), que propôs medidas de proteção para profissionais da educação. Outros projetos apresentados tratam de transporte intermunicipal, segurança pública e datas de mobilização social.

A sessão contou ainda com discuros em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o deputado Amauri Ribeiro (UB) criticando sua prisão domiciliar, e foi encerrada com o adiamento da Ordem do Dia para a quarta-feira, 6, no plenário Iris Rezende.

MERCADO INTERNACIONAL PRESSIONA PREÇOS DO TRIGO E MILHO:

As cotações internacionais do trigo e do milho continuam em queda, com destaque para os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago. A retração é impulsionada pelo avanço da colheita nos Estados Unidos e pela pressão do milho sobre o trigo, mesmo diante de bons números recentes de exportação.

O trigo para setembro de 2025 fechou a US$ 507,75 por bushel, enquanto no Paraná o preço caiu 0,31%, alcançando R$ 1.451,23. Já o milho atingiu nova mínima nos contratos mais próximos, cotado a US$ 3,80 por bushel, com o contrato de julho de 2026 fechando em US$ 437,00.

Apesar da baixa nos preços, o milho dos EUA mantém competitividade no mercado global. O USDA reportou venda de 128 mil toneladas do cereal para destino não revelado, e a estimativa da safra 2025/26 foi elevada para 398 milhões de toneladas, com projeções privadas apontando até 414 milhões.

A soja, por sua vez, apresentou leve valorização em Chicago, favorecida por previsões de clima quente e seco no Cinturão do Milho. O contrato de setembro de 2025 subiu para US$ 975,25 por bushel. A oleaginosa mantém firmeza nos preços devido ao seu estágio crítico de desenvolvimento.

No mercado brasileiro, as variações foram moderadas. No Paraná, a soja subiu 0,74%, atingindo R$ 133,32, enquanto o milho ficou praticamente estável, cotado a R$ 64,01. O cenário reflete atenção às condições climáticas e à competitividade dos grãos no mercado global.

GOVERNO CORRE PARA FINALIZAR PLANO DE CONTINGÊNCIA AINDA HOJE APÓS TARIFAÇO DE TRUMP:

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o plano emergencial do governo federal será entregue ao presidente Lula ainda nesta quarta-feira (6), em resposta à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida entrou em vigor hoje e afeta especialmente pequenos exportadores.

A definição das ações depende agora do aval do presidente, que deve avaliar e autorizar o conteúdo apresentado. O objetivo do plano é oferecer amparo direto aos empresários mais impactados, com foco na manutenção de empregos e na preservação da competitividade.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) está finalizando um relatório com dados detalhados por setor e por empresa, para orientar medidas mais direcionadas aos segmentos mais atingidos pela tarifa.

Entre as ações em análise estão crédito facilitado, estímulo por meio de compras públicas e mecanismos de proteção ao emprego em setores como o de alimentos. A expectativa é que o pacote seja oficializado por Medida Provisória.

Na terça-feira (5), Lula, Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniram no Planalto por cerca de duas horas para ajustar os últimos detalhes. O governo busca uma resposta rápida para minimizar os impactos econômicos da medida americana.