DEPENDÊNCIA DA COMURG LEVANTA DEBATE ENTRE VEREADORES E PREFEITO SANDRO MABEL:

Durante a audiência de prestação de contas marcada para o dia 29, na Câmara Municipal de Goiânia, vereadores pretendem cobrar esclarecimentos do prefeito Sandro Mabel sobre a real situação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). A principal dúvida gira em torno da dependência financeira e administrativa da empresa em relação ao Paço Municipal, tema que ganhou força após declarações contraditórias do próprio prefeito.

O presidente da Comissão Mista, vereador Cabo Senna, formalizou um requerimento exigindo um posicionamento definitivo da Prefeitura. Segundo ele, o prefeito ora trata a Comurg como dependente, ora como independente, o que gera incertezas. O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) já reconheceu a dependência da empresa, e por isso, os vereadores pedem uma declaração oficial ou parecer técnico que esclareça a situação. Senna também cobrou detalhes sobre a natureza jurídica da Comurg e a estrutura de seu quadro societário.

Nos bastidores, o principal incômodo seria a liberação de R$ 190 milhões em aportes à Comurg, realizados diretamente pelo Executivo sem o aval da Câmara, contrariando promessas anteriores. O Legislativo esperava participar da análise dos repasses, como feito em gestões passadas. Esse episódio fortaleceu a desconfiança sobre a autonomia da companhia e pode acirrar o tom da audiência.

KIM KATAGUIRI DENUNCIA AO TCU USO POLÍTICO DE VERBAS ESTATAIS EM EVENTOS PRÓ-LULA:

O deputado federal Kim Kataguiri protocolou um requerimento no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo uma auditoria sobre o uso de recursos públicos por empresas estatais e entidades do Sistema S em eventos com viés político favorável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o parlamentar, esses patrocínios podem configurar desvio de finalidade, ao promoverem politicamente o atual governo com dinheiro público.

O documento solicita que o TCU verifique se os aportes feitos por instituições como BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Correios, Itaipu, Sebrae e Sesi respeitam os critérios legais de aplicação de recursos públicos. Kim alega que há uma prática sistemática de patrocínio a eventos com clara conotação partidária, mesmo sendo organizados por entidades privadas. O objetivo da representação é apurar a legalidade desses investimentos e possíveis violações à legislação.

Um dos exemplos citados no requerimento é a ExpoCatadores de 2023, onde o presidente Lula discursou por mais de uma hora em um ambiente com símbolos partidários e homenagens. Kim argumenta que esse tipo de ação configura promoção pessoal de autoridade pública, o que é vedado pela Constituição. A iniciativa marca mais um embate entre setores da oposição e o governo federal sobre os limites entre política institucional e propaganda governamental.

VENDA DE SENTENÇAS NO STJ – JUIZ É AFASTADO:

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (29) a 8ª fase da Operação Sisamnes, com foco na apuração de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro. O juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT), foi afastado do cargo por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais em troca de propina milionária.

De acordo com as investigações, o magistrado estaria ligado a um esquema criminoso estruturado para lavar dinheiro e ocultar pagamentos ilícitos recebidos em troca de decisões judiciais favoráveis. O esquema teria beneficiado diretamente empresários e outras partes interessadas, com valores expressivos sendo movimentados de forma disfarçada.

Com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, além da ordem de afastamento do juiz e do bloqueio de aproximadamente R$ 30 milhões em bens. Também foi determinada a retenção do passaporte do investigado, impedindo sua saída do país enquanto o processo corre na Justiça.