Barroso pode entrar na mira de sanções dos EUA após Alexandre de Moraes; apartamento de R$ 22 milhões em Miami ligado à família do ministro chama atenção
A inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos levantou especulações sobre uma possível ampliação da medida a outros ministros do Supremo Tribunal Federal. Um dos nomes citados é o de Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, cuja família possui um apartamento em Miami avaliado em US$ 4,1 milhões, cerca de R$ 22 milhões.
O luxuoso apartamento fica em Brickell, uma das regiões mais caras e exclusivas de Miami, à beira-mar. São 158 metros quadrados de puro requinte, registrados em nome de uma offshore: a Telube Florida LLC, ligada diretamente ao filho do ministro, Bernardo Van Brussel Barroso. A empresa foi aberta em 2014, período em que Barroso já ocupava uma cadeira no STF. O salário de um ministro do Supremo é de R$ 46.366,19.
Ainda não há confirmação de que outros ministros serão alvo de sanções, mas nomes como Barroso, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Dias Toffoli estão entre os que tiveram vistos suspensos. Caso as medidas avancem, propriedades e ativos de familiares podem entrar na mira.
O nome Telube vem das iniciais de Teresa, Luna e Bernardo, familiares do ministro. A aquisição foi concluída em março de 2014 por US$ 3,1 milhões. O episódio volta a expor a relação de autoridades brasileiras com patrimônio no exterior em meio à pressão internacional por mais transparência.
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Não é de hoje que autoridades brasileiras mantêm imóveis de alto padrão nos Estados Unidos, especialmente em Miami. A região de Brickell, onde a família de Barroso possui o apartamento milionário, é um dos destinos favoritos da elite latino-americana. Com a aplicação da Lei Magnitsky a Moraes, cresce o risco de expansão das sanções a outros nomes do STF, atingindo até bens de familiares.
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