Aliados de Lula sondam Centrão para revogar a “Taxa das blusinhas “, em meio a críticas e temor de retaliação chinesa
Diante do impacto negativo da chamada “taxa das blusinhas” na popularidade do presidente Lula e do novo “tarifaço” de Donald Trump contra exportações brasileiras, governistas começaram a sondar parlamentares do Centrão para discutir a possível revogação da medida. A taxação, que incide sobre compras internacionais de até 50 dólares, foi amplamente criticada por consumidores e setores ligados ao comércio exterior.
Fontes da base aliada admitem que Lula sempre foi contrário à taxação, mas cedeu à pressão do ex-presidente da Câmara Arthur Lira, um dos principais articuladores da medida, em aliança com empresários do varejo nacional. A medida, embora aprovada com votos de governistas, acabou sendo mal recebida pela população, especialmente nas classes mais baixas, afetando diretamente a imagem do governo.
Agora, com a ameaça de queda nas exportações brasileiras para os Estados Unidos, a revogação da taxa passou a ser considerada como um gesto estratégico para agradar a China, maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais prejudicadas com a medida. Empresas chinesas de e-commerce foram as mais afetadas, o que ampliou a tensão diplomática com Pequim.
O deputado Kim Kataguiri já protocolou um projeto para extinguir a taxação e desafiou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, a assiná-lo. Embora o petista ainda não tenha feito isso formalmente, os bastidores indicam uma movimentação crescente entre os aliados do governo para reverter a medida. A decisão agora passa por articulações políticas intensas com o Centrão, de onde partiu o apoio original à taxação.