Na quarta-feira (2), Donald Trump declarou guerra tarifária ao resto do mundo, marcando o que ele chamou de “Dia da Independência Americana”. Em seu discurso na Casa Branca, Trump trouxe um operário da indústria automobilística de Detroit como símbolo de seu compromisso com uma economia mais nacionalista. O presidente americano anunciou medidas que abalam as bases do comércio internacional, destruindo um regime de décadas que se baseava em regras mínimas e multilateralismo, substituindo-o por uma lógica de “força bruta”, que ele defende em diversas áreas.
Essas ações de Trump representam um rompimento com um sistema de comércio mais colaborativo e regulamentado. Embora o Brasil tenha escapado das tarifas mais severas, as políticas de Trump não são benéficas para o país, que enfrenta uma queda no valor do dólar e pressões no mercado financeiro global. A instabilidade gerada por essas decisões aumentou os temores de uma recessão global, afetando o câmbio e o comportamento dos investidores.
MERCADO GLOBAL SENTE IMPACTO COM NOVAS TARIFAS
Na quinta-feira (3), o dólar registrou uma queda significativa, reflexo das perdas globais da moeda norte-americana após o anúncio de novas tarifas feitas por Donald Trump. Esse movimento gerou uma reação negativa dos investidores, que temiam o impacto das medidas sobre a economia global e uma possível recessão. O Ibovespa, índice da bolsa brasileira, teve uma leve alta, enquanto os principais índices de Wall Street apresentaram fortes quedas, evidenciando o nervosismo do mercado diante da escalada da guerra comercial.
O anúncio de Trump envolveu a imposição de uma
tarifa básica de 10% sobre todas as importações para os Estados Unidos, além de
taxas mais altas sobre países como China, União Europeia e Japão. A tarifa para
as importações chinesas foi particularmente elevada, totalizando 54%, enquanto
a da União Europeia ficou em 20%. A medida, que intensifica a guerra comercial
iniciada por Trump, gerou grande aversão ao risco, com analistas temendo que
essas tarifas possam causar uma estagflação, elevando os preços e desacelerando
a economia.