Omissão perversa
Governo Lula retém dados sobre situação dos Yanomamis
No boletim de fevereiro, o Ministério da Saúde reportou 363 mortes entre os Yanomami em 2023, comparadas a 343 em 2022. A intensificação da busca ativa por casos de doenças e mortes resultou em um aumento das notificações. A divulgação desses dados causou uma crise, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a repreender publicamente a ministra da Saúde, Nisia Trindade. Lula criticou os resultados da força-tarefa e o fato de que os dados de mortalidade foram revelados pela imprensa.
A questão fica ainda mais séria porque o ministério da Saúde já não responde às solicitações de informações. No momento, o Ministério da Saúde não tem atendido aos pedidos de informações feitos conforme a lei de acesso. Uma das respostas foi negativa, justificando que os dados estão “em tratamento e serão divulgados após a conclusão”. Segundo o Estadão, foram solicitados ao governo federal dados atualizados sobre o número de mortes no território Yanomami. Contudo, a pasta apenas forneceu informações sobre os casos de malária.
Os dados revelam um crescimento na incidência da doença, passando de 14,5 mil casos no primeiro semestre de 2023 para 17,3 mil no mesmo período de 2024, representando um aumento de aproximadamente 20%. Por outro lado, a quantidade de testes realizados aumentou de 78,7 mil para 128,6 mil, um incremento de 63%. Segundo o governo, em nota, “o aumento na realização de exames explica a maior identificação do número de casos de malária”.