Governador de Goiás cria linha de crédito emergencial com juros baixos para proteger empregos diante da sobretaxa americana sobre exportações como soja e carne.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, anunciou uma linha de crédito emergencial para amparar empresas goianas afetadas pela sobretaxa de 50% que os Estados Unidos pretendem aplicar sobre produtos como soja, carne e aço a partir de 1º de agosto. A iniciativa busca preservar empregos e minimizar os efeitos econômicos gerados pelo chamado “tarifaço” americano.
A proposta prevê financiamento com taxa anual inferior a 10%, condições mais vantajosas que as oferecidas por programas federais, e recursos provenientes de créditos do ICMS sobre exportações, sem exigir aporte direto do Tesouro estadual. Para ter acesso ao crédito, as empresas precisarão manter seus quadros de funcionários durante o período do contrato.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, reforçou a importância da medida para garantir a competitividade das indústrias que dependem do mercado dos EUA. Caiado agendou ainda reunião com o setor produtivo para discutir o cenário e criar um grupo de trabalho para acompanhar e sugerir soluções para a crise.
Além da linha de crédito, foi anunciada a criação de um fundo de garantia para pequenos e médios empresários, visando estimular a oferta de crédito pela iniciativa privada. A medida estadual foi apresentada como uma resposta de “firmeza e responsabilidade” em contraposição à ausência de ações concretas do governo federal.
Caiado também criticou o presidente Lula, comparando sua postura à do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, por confrontar os EUA. Especialistas apontam que o tarifaço reforça o embate político entre Lula e Jair Bolsonaro, dificultando a projeção de governadores como Caiado, que tentam se posicionar como alternativas na centro-direita para as eleições de 2026.