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Wajngarten nega obstrução e diz à PF que relação com Mauro Cid era por “amizade leal”

|ㅤ2 de julho de 2025
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Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Fabio Wajngarten nega obstrução de justiça na investigação sobre a delação do tenente-coronel
Wajngarten nega obstrução

O advogado Fabio Wajngarten nega obstrução de justiça

O advogado Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (1º), onde afirmou que seus contatos com o tenente-coronel Mauro Cid, delator da tentativa de golpe, ocorreram exclusivamente em razão de uma amizade antiga. Ele negou qualquer tentativa de interferência nas investigações e disse avaliar uma ação judicial por denunciação caluniosa contra quem o acusar de obstrução.

Segundo Wajngarten, sua relação com Cid remonta aos tempos de governo e incluiu visitas à casa do advogado em São Paulo, além de trocas de informações sobre crises envolvendo o ex-presidente. Ele relatou à PF que utilizava Cid como fonte para lidar com episódios como os cartões de vacinação falsificados e o sumiço de móveis do Palácio da Alvorada. Reforçou, no entanto, que jamais discutiu delações ou buscou tumultuar as investigações em curso.

Também foram ouvidos os advogados Paulo Cunha Bueno e Eduardo Kuntz, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, diante de indícios de tentativa de obstrução. Cunha Bueno, ainda na defesa de Bolsonaro, alegou que o único contato com a família de Cid ocorreu durante um evento de hipismo, no qual ajudou a inscrever a filha do militar em uma competição. Já Agnes Barbosa Cid, mãe de Mauro, relatou à PF abordagens constrangedoras de Kuntz e Bueno, supostamente para influenciar a escolha da defesa.

A investigação foi impulsionada por documentos entregues pela equipe de Cid à PF, que apontam tentativas de interferência externa no processo. O advogado Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e também réu, virou alvo direto após admitir trocas de mensagens com Cid via redes sociais. A versão de Kuntz, no entanto, é contestada pelos relatos da família e pelos registros entregues à polícia.

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