MORRE JORGE BRAGA, ÍCONE DOS QUADRINHOS EM GOIÁS:

O cartunista Jorge Braga faleceu nesta terça-feira, 1º de julho, aos 67 anos. Considerado um dos maiores nomes da ilustração em Goiás, ele teve a morte confirmada por Cláudio Curado Neto, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado. Jorge construiu uma carreira sólida e respeitada, marcada por sua atuação em importantes veículos da imprensa goiana.

Segundo Maria José Braga, prima do cartunista, Jorge estava em tratamento contra um câncer de pulmão há cerca de oito meses. Antes disso, já convivia com o diagnóstico de enfisema pulmonar. As informações sobre o velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pela família.

Nascido em Patos de Minas (MG) em 1957, Jorge começou a trabalhar como cartunista ainda na adolescência, aos 13 anos, em um jornal escolar. Na década de 1970, mudou-se para Goiânia, onde publicou charges e tirinhas em jornais como Cinco de Março, Folha de Goiás, Diário da Manhã, Jornal do Tocantins e O Popular, onde mantinha produção até os dias atuais.

Em reconhecimento à sua contribuição para a cultura, a Gibiteca Jorge Braga, localizada no centro de Goiânia, foi batizada em sua homenagem. O espaço, mantido pela Secretaria de Cultura de Goiás, é um dos principais centros de leitura de quadrinhos do estado e abriga mais de 17 mil títulos. A morte de Jorge Braga representa uma perda profunda para o jornalismo, a arte e a memória gráfica do Centro-Oeste.

GOVERNO RECORRE AO STF PARA RESTABELECER DECRETO QUE AUMENTA IOF:

O governo federal decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal para manter em vigor o decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida foi anunciada nesta terça-feira, 1º de julho, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, que informou o ingresso de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) com objetivo de restaurar os efeitos do Decreto nº 12.499/2025, suspenso pelo Congresso Nacional na semana passada.

Segundo a AGU, o decreto é constitucional por estar amparado na prerrogativa do presidente da República prevista na Constituição. A ação pede ao STF que reconheça a validade do ato e permita a retomada imediata de sua aplicação. Messias afirmou que a medida busca preservar a integridade jurídica do decreto e impedir o que considera uma interferência indevida do Congresso sobre competências do Executivo.

Durante coletiva de imprensa, Messias disse que a iniciativa foi tomada por determinação direta do presidente Lula, com base em estudos técnicos elaborados pelo Ministério da Fazenda e pela Casa Civil. Ele destacou que o decreto respeita os limites legais e constitucionais, incluindo a alíquota máxima permitida, de 1,5% ao dia. Segundo a AGU, a derrubada da norma compromete o equilíbrio fiscal, podendo gerar uma perda de arrecadação de cerca de R$ 12 bilhões já em 2025.

A derrubada do decreto pelo Congresso foi um movimento raro. Foi a primeira vez, em mais de 30 anos, que parlamentares anularam formalmente uma medida presidencial desse tipo. Para o governo, a decisão legislativa violou o princípio da separação dos Poderes. A ação no STF, agora, busca garantir a autonomia do Executivo na formulação de políticas tributárias e evitar prejuízos à arrecadação federal.

RÚSSIA ANUNCIA CONTROLE TOTAL DE LUHANSK, MARCO SIMBÓLICO NA GUERRA:

A Rússia declarou nesta terça-feira, 1º de julho, que tomou controle total da região de Luhansk, no leste da Ucrânia. O anúncio foi feito por Leonid Pasechnik, líder instalado por Moscou, que afirmou que “100% do território da República Popular de Luhansk está totalmente libertado”. A província é a primeira entre as áreas anexadas por Vladimir Putin a estar completamente sob domínio russo desde o início da guerra em 2022.

Luhansk foi uma das quatro regiões ucranianas que Putin declarou como parte da Federação Russa em setembro de 2022, junto com Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia. A incorporação, amplamente condenada por países ocidentais, não foi reconhecida pela comunidade internacional. Até o momento, o Ministério da Defesa da Rússia não confirmou oficialmente a informação, e o governo ucraniano ainda não se pronunciou sobre o anúncio.

A Ucrânia rejeita a ocupação e considera ilegal qualquer alegação russa de soberania sobre Luhansk ou outras regiões internacionalmente reconhecidas como parte do território ucraniano. Kiev afirma que jamais reconhecerá a perda dessas áreas e que continuará combatendo a presença militar russa. Moscou, por outro lado, considera os territórios anexados como parte definitiva de seu domínio, sob proteção nuclear.

Com aproximadamente 26.700 km², Luhansk representa quase 5% da área total da Ucrânia. A região, junto a Donetsk, foi o epicentro do conflito iniciado em 2014, após a queda do presidente pró-Rússia durante a Revolução de Maidan. Atualmente, as forças russas controlam cerca de 19% do território ucraniano reconhecido internacionalmente, incluindo grandes porções de outras províncias estratégicas como Zaporizhzhia, Kherson e partes de Kharkiv e Sumy.

CHEFE DA ABIN INDICIADO DEPORÁ EM SESSÃO SECRETA DO CONGRESSO:

O atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente tentar obstruir as investigações sobre a existência de uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro. Em meio à gravidade das acusações, Corrêa deverá prestar depoimento em uma reunião secreta da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, marcada para quarta-feira. O depoimento foi agendado pelo presidente da comissão, deputado Filipe Barros (PL-PR), com base em um requerimento antigo de 2023 que ainda não havia sido executado.

A sessão sigilosa com Corrêa busca esclarecer seu envolvimento no possível uso irregular da agência de inteligência, levantando preocupações sobre o uso político de órgãos do Estado. O indiciamento representa mais um capítulo da crise institucional que envolve o legado do governo anterior e suas possíveis interferências em estruturas estratégicas da República, como os serviços de inteligência.

Após o depoimento, a CCAI realizará uma reunião deliberativa para votar novos convites. Entre os temas pautados estão pedidos de esclarecimento ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre a atuação do governo nas fronteiras, e ao ministro da Defesa, José Múcio, além de representantes da Marinha e de Minas e Energia, sobre a atracação de navios de guerra iranianos no Porto do Rio em 2023.

MERCADO FINANCEIRO AJUSTA PREVISÃO DA INFLAÇÃO PARA 2025, MAS TAXA PERMANECE ACIMA DO TETO DA META:

O mercado financeiro revisou para baixo a projeção da inflação oficial para 2025, reduzindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,24% para 5,20%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Para os anos seguintes, as estimativas apontam para 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,83% em 2028.

Mesmo com essa leve queda, a previsão para 2025 permanece acima do teto da meta de inflação, fixado em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional, que estabelece uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Isso indica que a inflação ainda deve se manter pressionada.

Em maio, o IPCA registrou alta de 0,26%, influenciada principalmente pelo aumento da conta de energia elétrica residencial. O resultado representa uma desaceleração em relação a abril, quando o índice foi de 0,43%. No acumulado do ano, a inflação soma 2,75%, enquanto nos últimos 12 meses chega a 5,32%.