BOLSONARO TROCA MARCHA PARA JESUS POR AGENDA POLÍTICA EM GOIÂNIA:

Jair Bolsonaro decidiu trocar a tradicional Marcha para Jesus em São Paulo por uma agenda política em Goiás, na quinta-feira (19), onde se reuniu com aliados e lideranças locais. A visita à Goiânia ocorre um dia após evento em Aparecida de Goiânia, onde o ex-presidente falou sobre “perseguição política”.

Entre os compromissos, destaca-se o encontro com o governador Ronaldo Caiado, apontando para uma tentativa de reaproximação e formação de uma frente ampla de direita.

O foco de Bolsonaro está nas eleições de 2026, especialmente na composição do Senado. Ele tem reiterado a aliados que ampliar a presença da oposição na Casa é essencial para criar margem de pressão contra o Supremo Tribunal Federal, inclusive com a possibilidade de abrir processos de impeachment contra ministros. Para isso, tem buscado alianças estratégicas com partidos como União Brasil e MDB, mesmo que os candidatos apoiados não sejam do PL.

Essa movimentação tem gerado desconforto entre aliados do bolsonarismo em Goiás. Nomes como o deputado federal Gustavo Gayer e o vereador Major Vitor Hugo, ambos do PL, sentem-se preteridos com a aproximação de Bolsonaro a grupos fora do seu núcleo mais ideológico. Porém, o foco do presidente, que se encontra impotente diante dos desdobramentos do julgamento no STF, será construir alianças pragmáticas que possam fortalecer a oposição na esfera do Senado em 2026.

POR PRESSÃO DE ALCOLUMBRE, PL DA ANISTIA NÃO INCLUIRÁ JAIR BOLSONARO:

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se posicionou contra a inclusão de Jair Bolsonaro no novo Projeto de Lei da Anistia, que visa reduzir as penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Para garantir o avanço do projeto, a cúpula do PL concordou em deixar o ex-presidente de fora do texto. Alcolumbre foi claro em afirmar que não pautaria propostas que beneficiassem os autores intelectuais dos ataques às sedes dos Três Poderes.

A nova versão do PL incluirá brasileiros foragidos, especialmente aqueles que fugiram para países como Argentina e Uruguai. Estima-se que cerca de 200 pessoas tenham deixado o país, sendo que a Justiça argentina já ordenou a prisão de 61 delas. O projeto está sendo articulado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, com envolvimento informal de Bolsonaro nas negociações.

O texto final deve suavizar penas ao retirar dois agravantes, o que pode permitir o cumprimento em regimes mais brandos, como o semiaberto. Apesar de possivelmente criticar o projeto publicamente, Bolsonaro tende a votar a favor, já que o PL tem colaborado na busca por uma proposta de meio-termo. Hugo Motta também sugeriu que o relator seja um deputado de centro, com o objetivo de facilitar o diálogo entre diferentes espectros políticos.

O DESAFIO DE TRUMP NO CONFLITO ENTRE ISRAEL E IRÃ:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está em uma posição delicada diante do conflito entre Israel e Irã. Segundo o professor Lucas Leite, da FAAP, Trump busca avaliar os riscos e custos de uma possível intervenção militar, ao mesmo tempo em que observa a opinião pública americana, que demonstra apoio a Israel, mas espera que o país evite se envolver em novos conflitos.

Leite considera pouco provável uma solução diplomática rápida, especialmente diante da complexidade geopolítica da região, que envolve o apoio do Paquistão ao Irã, a venda de armas pela Rússia e a postura cautelosa da China. Ele também questiona os reais objetivos dos Estados Unidos sobre um possível acordo nuclear, se é mudar o regime iraniano ou impedir que o país desenvolva armas nucleares.

Por fim, o especialista alerta para os riscos de intervenções que forcem mudanças de regime, citando exemplos como Iraque e Líbia, e enfatiza a necessidade de respeitar a soberania dos países e os princípios do sistema internacional, seguindo as orientações da ONU para negociações e resoluções pacíficas.