Bastião Compilado – 15/04/2025

REDE EMPRESARIAL E INTERESSES POLÍTICOS MANTÊM CONTROLE SOBRE O PORTO SECO EM ANÁPOLIS: Mesmo após perder a licitação em 2018, a empresa Anápolis EADI segue operando emergencialmente o Porto Seco Centro-Oeste, em meio a uma série de irregularidades, como a ausência de Alvará Sanitário e de Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiros. O que sustenta essa operação, segundo apurações, é uma complexa rede empresarial e política que cerca a companhia. Mais do que um grupo de investidores, esse conglomerado envolve figuras de grande influência política, o que ajuda a explicar a resistência do prefeito Márcio Corrêa em autorizar o funcionamento da concorrente Aurora EADI, que poderia substituir imediatamente a Anápolis EADI.

No centro dessa rede está o advogado Said Vieira Borges, presidente da Anápolis EADI, que aparece como sócio e representante legal em diversas empresas conectadas entre si. Dentre elas, destacam-se a Sindos Empreendimentos, a Girassol Agropecuária e a 3S Borges — todas com participação direta ou indireta do senador goiano Wilder Morais (PL), que também é presidente estadual do partido ao qual pertence o prefeito Márcio Corrêa. Os laços entre Borges e Morais se estendem a outras sociedades empresariais, como a SPE Vale do Sol e a Cristalina Participações, uma holding que centraliza parte das conexões entre as empresas envolvidas.

Enquanto isso, a autorização para a Aurora EADI operar segue travada. Mesmo após concluir todas as etapas para obtenção do alvará, a Prefeitura enviou o processo ao Ministério Público, sob alegações de possíveis crimes de tráfico de influência. Paralelamente, personagens como o empresário Sérgio Hajjar, que nega qualquer envolvimento com o Porto Seco, tentam obter acesso aos documentos relacionados à Aurora, mas têm seus pedidos barrados, aumentando as suspeitas sobre os interesses que permeiam a gestão do terminal de cargas em Anápolis.

ATAQUE AÉREO ISRAELENSE DESTRÓI ÚLTIMO HOSPITAL FUNCIONAL EM GAZA: Na noite de um novo capítulo trágico da guerra em Gaza, um ataque aéreo israelense atingiu o Hospital Batista Al-Ahli, o último hospital totalmente funcional na Cidade de Gaza. O bombardeio destruiu os departamentos de terapia intensiva e cirurgia, obrigando pacientes e funcionários a evacuarem às pressas em meio a chamas e fumaça. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram pessoas fugindo em desespero, algumas ainda em leitos hospitalares, enquanto o céu escuro era iluminado por explosões.

As Forças de Defesa de Israel alegaram que o hospital abrigava um centro de comando do Hamas, justificando o ataque. Apesar da declaração de que não houve vítimas diretas, a evacuação causou a morte de uma criança ferida, segundo a Diocese Episcopal de Jerusalém, responsável pelo hospital. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que o edifício foi completamente destruído, forçando a remoção de pacientes e equipes médicas. Um jornalista local relatou que um médico recebeu um telefonema das IDF alertando que todos tinham apenas 20 minutos para deixar o local.

O Al-Ahli, que era um pequeno centro médico antes do conflito, se tornou a única alternativa para cuidados médicos na região após a destruição de outros hospitais. A ofensiva israelense, intensificada desde 7 de outubro de 2023, tem como objetivo desmantelar o Hamas, após um ataque que matou cerca de 1.200 israelenses. Desde então, mais de 50 mil pessoas morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. A nova ofensiva, iniciada em março, já deixou mais de 1.500 mortos adicionais, enquanto a comunidade internacional observa com crescente preocupação o impacto devastador sobre a população civil.

JULGAMENTO DA META PODE MUDAR O FUTURO DAS REDES SOCIAIS: Teve início nos Estados Unidos um julgamento histórico contra a Meta, empresa responsável por redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp. A Comissão Federal de Comércio acusa a gigante da tecnologia de ter comprado o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014 com o objetivo de eliminar concorrentes e estabelecer um monopólio no setor. Caso a FTC vença, a Meta poderá ser forçada a vender essas plataformas. A empresa, no entanto, argumenta que as aquisições beneficiaram os usuários e que a concorrência permanece ativa no setor.

Durante o julgamento, que deve durar semanas, Mark Zuckerberg e a ex-diretora de operações Sheryl Sandberg devem depor. E-mails do próprio Zuckerberg — nos quais ele afirmou que era “melhor comprar do que competir” — são considerados peças-chave da acusação. Ao mesmo tempo, o caso ganhou contornos políticos. O processo começou ainda no governo Trump, que agora retorna ao poder. Recentemente, o presidente demitiu dois comissários democratas da FTC, levantando suspeitas de interferência política. Ambos alegam que a decisão teve o objetivo de intimidá-los e favorecer aliados do presidente.

Esse julgamento ocorre em paralelo a outra grande disputa judicial: o caso antitruste contra o Google. No caso da Meta, especialistas apontam que será mais difícil provar a quebra da concorrência, já que o setor de redes sociais é mais fragmentado. A Meta insiste que compete com plataformas como TikTok, YouTube e iMessage, e vê o processo como um ataque ao seu crescimento legítimo. A decisão desse caso pode ter implicações profundas não apenas para o futuro da Meta, mas também para os limites do poder das grandes empresas de tecnologia.