Bastião Compilado – 27/03/2025

CAIADO SUPERA LULA EM CENÁRIO DE SEGUNDO TURNO, APONTA PESQUISA: A poucos dias de oficializar sua pré-candidatura à Presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), aparece à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma possível disputa de segundo turno.

O levantamento, realizado pelo Instituto Futura Inteligência e divulgado nesta quarta-feira (26) em parceria com a Revista Exame, revela que Caiado venceria Lula por 37,8% a 37,3%.

Em um possível primeiro turno, Caiado registrou 9,8% das intenções de voto, indicando margem para crescimento. A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 19 e 22 de março, com 1.000 participantes e uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais.

Além disso, 22,6% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco, nulo ou ainda estão indecisos, enquanto 2,3% não souberam responder.

REVISÃO DE PENA PARA DÉBORA DOS SANTOS PODE SER DISCUTIDA: A sinalização do ministro Luiz Fux, do STF, sobre a possibilidade de revisão da pena de Débora Rodrigues dos Santos animou bolsonaristas. A cabeleireira, presa desde março de 2023 por pichar a estátua da Justiça com a frase “perdeu, mané”, tornou-se símbolo da pressão da oposição por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Após a fala de Fux sobre condenações “exacerbadas”, parlamentares intensificaram campanhas de apoio a Débora, incluindo postagens e discursos focados na sua situação.

A defesa de Débora argumenta que a pena de 14 anos de prisão é excessiva, destacando que ela tem dois filhos pequenos. Além da pichação, ela responde por crimes como tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada. A direita mobiliza mulheres parlamentares para reforçar o apelo por prisão domiciliar, baseando-se no Código Penal, que prevê essa possibilidade para mães com filhos menores, embora dependa da gravidade do crime.

Os advogados de Débora veem a declaração de Fux como um reconhecimento de que as sentenças podem ter sido influenciadas por fatores políticos e emocionais. Em nota, afirmam que o julgamento deve ser conduzido com imparcialidade e dentro dos limites da legalidade. A defesa aguarda a possível revisão das penas com expectativa, argumentando que houve um afastamento dos princípios do devido processo legal e da individualização da pena.

BANCO CENTRAL REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO PIB E CRÉDITO PARA 2025: O Banco Central revisou para baixo a projeção de crescimento do PIB em 2025, estimando uma alta de 1,9%, ante os 2,1% previstos anteriormente. A revisão reflete uma queda nas expectativas para os setores industrial e de serviços, influenciada por resultados negativos no final de 2024 e pela previsão de desaceleração econômica ao longo do ano. No entanto, a melhora na projeção para a agropecuária, que passou de 4% para 6,5%, compensou parcialmente esse cenário. O BC também destaca que o crescimento no primeiro trimestre pode ser impulsionado pelo aumento do salário mínimo, a liberação de recursos do FGTS e uma safra recorde de soja.

Além da desaceleração esperada, o relatório alega que a incerteza econômica aumentou devido a fatores internos e externos, como a política econômica dos Estados Unidos e suas possíveis repercussões no comércio global. O documento ressalta que a redução do ritmo de crescimento está ligada a uma política monetária mais restritiva, menor estímulo fiscal e a limitação da capacidade produtiva. Caso a nova projeção se confirme, o crescimento de 2025 será inferior ao de 2024, quando a economia brasileira avançou 3,4%.

O BC também reduziu a projeção de crescimento do crédito no país. A estimativa para o saldo do crédito do Sistema Financeiro Nacional caiu de 9,6% para 7,7%, refletindo taxas de juros mais altas, um crescimento econômico mais fraco e um mercado de trabalho menos aquecido. O crédito livre para pessoas físicas foi revisado de 10% para 8,5%, enquanto o crédito para empresas caiu de 9% para 7%. No crédito direcionado, as projeções para ambos os segmentos foram reduzidas de 10% para 7,5%. O relatório justifica que essas mudanças decorrem do alto nível de endividamento das famílias e das condições mais restritivas de concessão de crédito.