Bastião Compilado – 14/03/2025

CAIADO DESCARTA MANIFESTAÇÃO DE BOLSONARO, DEFENDE ANISTIA E MIRA EM 2026: O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que não participará da manifestação convocada por Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Apesar de sua ausência, Caiado destacou que foi um dos primeiros a defender a anistia, citando Juscelino Kubitschek como exemplo de estadista que pregou a reconciliação nacional. Ele considera que há questões mais urgentes no país do que a punição dos atos golpistas.

Focado nas eleições de 2026, Caiado revelou que intensificará viagens pelo Brasil para aumentar sua baixa visibilidade no cenário nacional, já que esse é o maior desafio para a candidatura presidencial. Ele também comentou sua relação com o cantor Gusttavo Lima, apontado como possível vice, destacando a amizade antiga, e afirmando que eles devem debater temas políticos juntos, mas que o artista ainda não tomou se decidiu sobre fazer parte da disputa presidencial.

O governador também comentou sobre a necessidade de união da direita, afirmando que ainda é cedo para definir um único nome para a disputa presidencial. Chegou a mencionar o influenciador Pablo Marçal como uma liderança relevante no campo conservador, mas que se encontra inelegível no momento.

JULGAMENTO DE BOLSONARO TEM DATA: O Supremo Tribunal Federal marcou para 25 de março o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A sessão será conduzida pela Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, e analisará se a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República será aceita. Caso isso ocorra, Bolsonaro e os demais investigados passarão a ser réus no processo.

A decisão ficará nas mãos de cinco ministros: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Entre eles, apenas Moraes não foi indicado ao STF por Lula, sendo nomeado por Michel Temer. Zanin, por sua vez, foi advogado pessoal de Lula na Lava Jato, e Flávio Dino, ex-ministro da Justiça do atual governo, assumiu o cargo recentemente.

A relação do ex-presidente com o Supremo Tribunal Federal sempre foi de atrito, e o desfecho deste julgamento tem o potencial de acirrar ainda mais o discurso bolsonarista, repercutindo de maneira significativa no cenário político nacional. Além disso, Bolsonaro segue inelegível e continua a ser alvo de outras investigações, o que mantém sua situação jurídica e eleitoral incerta.

PUTIN CONSIDERA CESSAR-FOGO NA UCRÂNIA, MAS EXIGE GARANTIAS: O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que apoia a proposta de uma trégua de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, apresentada pelos Estados Unidos e já aceita por Kiev. No entanto, ele destacou a necessidade de esclarecer detalhes antes de tomar uma decisão final. Putin agradeceu ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e a outros líderes dos BRICS pelos esforços em prol da paz, reconhecendo que diversos países têm se envolvido na mediação do conflito. Durante uma coletiva de imprensa em Moscou, ele enfatizou a importância de garantir que a pausa no combate não seja apenas uma estratégia para fortalecer as tropas ucranianas.

Apesar de não se opor à ideia do cessar-fogo, Putin levantou dúvidas sobre sua implementação, questionando quem garantiria o controle da trégua ao longo dos 2 mil quilômetros da frente de batalha. O presidente russo também mencionou a visita recente à região de Kursk, onde cobrou mais rapidez das tropas para retomar territórios ocupados pela Ucrânia. Enquanto isso, Donald Trump, que tem se envolvido nas negociações, afirmou que está discutindo a possibilidade de concessão de territórios ucranianos à Rússia como parte de um acordo de paz mais amplo.

A proposta americana enfrenta resistência tanto da Rússia quanto de alguns líderes ocidentais, que preferem um acordo definitivo em vez de uma trégua temporária. O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, afirmou que os 30 dias poderiam servir como um período para negociações mais amplas. No entanto, Putin demonstrou desconfiança, sugerindo que a pausa poderia ser usada para rearmar as forças ucranianas. O cenário segue incerto, e o mundo aguarda os próximos desdobramentos das negociações que podem definir o futuro da guerra.