Bastião Compilado – 20/02/2025

MUNIÇÕES EXTRAVIADAS EM TERRAS YANOMAMI: O Ministério da Justiça e Segurança Pública investiga o desaparecimento de nove cartuchos, três munições e um rádio da Força Nacional na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Desde setembro de 2024, foram abertos 11 inquéritos administrativos sobre o caso. O ministério confirmou a investigação, mas não divulgou detalhes para não comprometer os trabalhos. A apuração busca determinar as circunstâncias do extravio e eventuais responsáveis, podendo resultar em sanções, ressarcimento ao Estado e até desmobilização de agentes. Cada processo tem prazo de 20 dias para conclusão e pode evoluir para a esfera criminal, caso necessário.

A crise no território Yanomami não é novidade, visto que há anos a região enfrenta graves problemas humanitários e de segurança. Em 2023, o Ministério da Saúde declarou estado de emergência devido ao aumento alarmante de casos de desnutrição, malária e Covid entre os indígenas. Por causa disso, uma espécie de força-tarefa com a participação dos ministérios dos Direitos Humanos, dos Povos Indígenas e da Defesa foi criada para tentar conter a tragédia.

Além disso, a Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar possíveis crimes de genocídio e omissão de socorro. No entanto, mesmo após dois anos, o inquérito segue sem conclusão. Enquanto isso, os Yanomami continuam sofrendo com a falta de assistência adequada, situação que é agravada pela presença de garimpeiros ilegais e desmatamento na região.

CORPOS DE REFÉNS ISRAELENSES SÃO ENTREGUES PELO HAMAS: O Hamas entregou a Israel os restos mortais de quatro reféns na manhã desta quinta-feira, 20, incluindo o corpo de um bebê de 8 meses, o mais jovem sequestrado durante o conflito. A entrega ocorreu como parte do acordo de cessar-fogo vigente desde janeiro, sendo intermediada pela Cruz Vermelha. Entre as vítimas estava a família Bibas, de origem argentina, que se tornou um símbolo do sofrimento dos reféns israelenses e da crueldade do movimento terrorista Hamas.

Os reféns haviam sido sequestrados no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de mil pessoas em Israel. Durante a entrega, o grupo terrorista afirmou que os reféns morreram em bombardeios israelenses, exibindo uma faixa com uma caricatura do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, representando como um vampiro. O pai das crianças, Yarden Bibas, havia sido capturado junto com sua família, mas foi libertado em fevereiro.

O acordo de cessar-fogo prevê a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Até o momento, o Hamas já libertou 19 reféns israelenses e cinco tailandeses, enquanto Israel liberou mais de mil palestinos. A expectativa é de que mais reféns sejam libertados nos próximos dias.

RETOMADA DA ANGRA 3 AINDA É INCERTA: O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 só deve ocorrer caso a Eletronuclear passe por uma reformulação completa. Segundo ele, a empresa precisa ser modernizada para garantir transparência e eficiência na gestão do projeto. O governo, por meio dos Ministérios de Minas e Energia e da Gestão e Inovação, trabalha para fortalecer a estatal e torná-la mais preparada para concluir a obra.

A construção de Angra 3 começou em 1981, mas sofreu diversas paralisações devido aos altos custos, avançando apenas 65% até hoje. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a continuidade da obra, o que deve ocorrer em uma próxima reunião, sem data definida. O investimento necessário para finalizar o projeto é estimado em quase R$ 20 bilhões.

Além dos custos da obra, Silveira destacou o impacto financeiro da armazenagem dos equipamentos já adquiridos para a construção da usina. Segundo ele, esse armazenamento custa aproximadamente R$ 200 milhões por ano, um valor que acaba sendo repassado aos consumidores brasileiros.