TRUMP, ONU e GAZA
O presidente Donald Trump assinou uma ordem determinando a saída dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU e o bloqueio do financiamento à Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA). A decisão coincide com a visita de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, em Washington, o premiê já havia criticado a agência por supostas atividades anti-Israel.
Trump afirmou que a ONU não tem cumprido seu potencial e criticou sua atuação em conflitos globais. A ordem também prevê a revisão da participação dos EUA na Unesco. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já havia suspendido o financiamento à UNRWA e retirado os EUA do Conselho de Direitos Humanos, decisão que foi revertida pela gestão de Joe Biden.
Aproveitando a reunião com o primeiro ministro Benjamin Netanyahu, Trump apresentou um plano para os EUA assumirem o controle de Gaza. Esse plano envolve a realocação dos palestinos para países vizinhos e reconstrução do território, que Trump chamou de “Riviera do Oriente Médio”. A proposta rompe com a tradicional política dos EUA de apoiar a solução de dois Estados e sugere uma “propriedade a longo prazo” do território, incluindo a remoção de escombros e desmantelamento de armas não detonadas.
Trump não descartou o envio de tropas americanas, mas a viabilidade do plano é questionada por especialistas, já que não há precedentes ou mecanismos para tal apropriação. O plano enfrenta forte rejeição dos palestinos, que defendem a criação de um Estado próprio e veem a proposta como uma ameaça à sua soberania. O Hamas classificou a ideia como “receita para o caos”.
Trump, por sua vez, afirmou que Gaza poderia se tornar um espaço internacional, atraente para “pessoas do mundo todo”, e manifestou interesse em visitar o território em breve.