Caro leitor, trago ao centro do debate duas questões de crucial importância, que talvez você não tenha percebido por diversos motivos. O governo, com sua obsessão por controle e poder, arma mais um cerco para confiscar direitos e aprofundar o controle sobre sua vida. Saquear as estatais, praticar corrupção, manipular a verdade, aparelhar os poderes e controlar a mídia parecem não ser suficientes para saciar essa sede de poder. Apenas ao controlar a vida dos cidadãos o governo se sentirá satisfeito. E você, até quando ficará inerte, esperando acordar em um país que vigia e controla todos os aspectos de sua vida?
Ao falarmos de liberdade, poucos imaginam que ela pode ser retirada de forma silenciosa, com um leve desvio de rota e uma assinatura. O governo nos promete inovações, progresso e comodidade, mas, ao mesmo tempo, aperta o cerco em torno de nossas finanças. É o que vemos agora com o fim do saque-aniversário do FGTS e a introdução do Drex, a nova moeda digital. A pergunta que fica é: quanta autonomia econômica ainda temos antes que nossa liberdade esteja totalmente nas mãos do Estado?
Nosso país atravessa uma era de mudanças sutis, porém profundas, nas estruturas financeiras que regulam nossas vidas. Recentemente, o governo anunciou o possível fim do saque-aniversário do FGTS, um direito que permite aos trabalhadores acessarem parte de seus próprios recursos periodicamente. Para além de uma mudança isolada, essa medida traz consigo um panorama de controle estatal cada vez mais intenso, especialmente com a chegada da nova moeda digital brasileira, o Drex. É hora de refletir sobre onde termina o incentivo econômico e onde começa a limitação de direitos.
Desde sua criação, o FGTS já impunha um sistema no qual o dinheiro do trabalhador ficava, de certo modo, “preso” sob a justificativa de ser uma garantia para momentos de necessidade. Ao propor o fim do saque-aniversário, o governo fere essa lógica, pois retira uma das poucas formas de acesso antecipado a um recurso que, afinal, pertence a cada cidadão trabalhador. Muitos enxergam essa medida como um confisco disfarçado, um golpe direto na liberdade financeira de milhões de brasileiros, enquanto o governo continua utilizando esse fundo para financiar obras e investimentos públicos. Em paralelo, planeja transferir o ônus do seguro-desemprego para as empresas, uma estratégia polêmica que levanta questionamentos sobre as reais intenções por trás dessas mudanças. Sob uma ótica mais crítica, essa política parece reforçar a dependência da população em relação ao Estado, limitando ainda mais a autonomia financeira dos cidadãos.
O Drex, anunciado como uma inovação digital pelo Banco Central, é ainda mais intrusivo. Embora muitos elogiem o sistema PIX por sua praticidade, a nova moeda digital representa um avanço no controle estatal: com o Drex, o governo teria poder de bloqueio e supervisão financeira sem precedentes. Isso significa que, com um simples comando, as autoridades podem interferir diretamente nas contas dos cidadãos, bloqueando valores ou impedindo transações. A liberdade financeira, um dos pilares de uma sociedade próspera e autônoma, encontra aqui um desafio colossal. Como alertou o economista e filósofo político austríaco Friedrich Hayek, ganhador do Prêmio Nobel de Economia: “Não acredito que teremos uma boa moeda enquanto não retirarmos esse poder das mãos do governo.” A crescente digitalização das finanças é vista por alguns como uma solução prática; no entanto, seu uso como ferramenta de controle nos leva a questionar: até onde o Estado deve ter acesso aos nossos bolsos?
Aqui o cenário se torna mais sombrio e merece sua atenção, leitor: no horizonte, o Drex também nos aproxima de um sistema de crédito social semelhante ao da China, onde o governo pode premiar ou punir cidadãos conforme seus comportamentos. Imagine um cenário em que, devido a uma penalidade administrativa, seu dinheiro seja bloqueado temporariamente ou você fique impossibilitado de realizar certos pagamentos. A promessa de inclusão digital começa a dar lugar a uma exclusão financeira para aqueles que se opõem ou discordam do sistema vigente. Por mais que o conceito de moeda digital tenha seus méritos, como a rapidez e a redução de custos nas transações, precisamos questionar se estamos prontos para trocar nossa liberdade por comodidade.
Com o fim do saque-aniversário do FGTS e a introdução do Drex, o Brasil adota um modelo que reforça o centralismo e reduz a autonomia dos cidadãos. Precisamos refletir criticamente sobre essas mudanças e cobrar do governo uma justificativa clara e objetiva para essas transformações. A verdadeira prosperidade não é o resultado de um controle absoluto sobre os recursos financeiros, mas da criação de oportunidades que promovam a independência e o crescimento individual.
O fortalecimento econômico deveria vir de medidas que incentivem a educação financeira e a independência, como políticas que favoreçam investimentos individuais e empreendedorismo, ao invés de iniciativas que aproximam o cidadão de um sistema de dependência estatal.
Concluo com as palavras do economista e jornalista francês Frédéric Bastiat: “Quando o saque se torna um modo de vida para um grupo de homens, ao longo do tempo eles criam para si um sistema legal que o autoriza e um código moral que o glorifica.” Que a busca pelo controle econômico não se torne, então, a glorificação de um sistema que desconsidera a liberdade financeira dos indivíduos.